
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que a Petrobrás é um “ativo nacional” e “uma empresa bem-sucedida no nosso país que precisa ser valorizada”.
Pacheco deu entrevista coletiva após participar de uma reunião com secretários de Fazenda dos Estados.
O governo Bolsonaro, mais interessado em manter a distribuição do lucro entre os acionistas do que em reduzir o preço dos combustíveis, não fala em alterar a política de preços, mas em privatizar a empresa.
O presidente do Senado afirmou que não está “no radar ou na mesa de discussão neste momento a privatização da empresa porque o momento é muito ruim para isso”.
Rodrigo Pacheco acredita que “essa definitivamente não é uma solução de curto prazo. Não se tem compreensão nem se é uma solução de médio e longo prazos”.
Com a política do governo Bolsonaro de cobrar em dólar o que é produzido em real, o preço dos combustíveis tem sido o principal item na alta da inflação e gerou, somente no primeiro trimestre do ano, R$ 44,56 bilhões de lucro para a Petrobrás.
Isso representa 38 vezes mais que o lucro de R$ 1,17 bilhão auferidos no mesmo intervalo do ano anterior. O aumento foi de 3.718%
O resultado é o retrato da intensa exportação de petróleo bruto, que ocorreu num período em que o produto esteve em alta no mercado internacional. A maior crítica, no entanto, é ao fato da empresa vender os derivados com preços dolarizados no mercado interno. Isso ocasionou uma alta recorde na inflação.
O mais grave é que todo esse lucro obtido no período – na verdade mais do que o lucro que a empresa anunciou –, será distribuído para os acionistas, em sua maioria estrangeiros.
O Conselho de Administração da Petrobrás aprovou a distribuição de dividendos para os acionistas, que chega a um total de R$ 48,5 bilhões.
Pacheco apontou que a alta nos combustíveis é causada pelo lucro “estratosférico” da Petrobrás e cobrou sua “contribuição para a solução” do problema.
O governo se recusa a dialogar para resolver verdadeiramente o problema e lança mão de factóides, como mudar os dirigentes do setor, mas para manter a nefasta política de preços da Petrobrás.
“A Petrobrás precisa contribuir para a solução do preço dos combustíveis, e isso se dá sentando à mesa, dialogando e, eventualmente, comungando dos esforços do Senado de poder criar essa conta de equalização com os dividendos da União em relação aos lucros da Petrobrás”, disse o senador.
“Temos de encontrar os caminhos que sejam possíveis e que possam não sacrificar os Estados, a União ou a Petrobrás. Ninguém quer sacrifício absoluto de ninguém a ponto de inviabilizá-los, mas todo mundo quer a colaboração de todos”, declarou.