
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que não existe “dicotomia Petrobrás versus União” e que não há justificativas para a instalação de uma CPI da Petrobrás, como insiste Bolsonaro para fingir que não tem controle sobre a estatal.
“Vejo com reserva nesse fato específico. CPI é para casos muitos excepcionais e fatos constituídos. Nesse caso, não antevejo de pronto práticas criminosas”, apontou Pacheco.
Para ele, “não tem dicotomia Petrobrás versus União”.
“Precisamos buscar a estabilização. Tem lucro desmedido? Então vamos reverter”, continuou. “Podemos encontrar mecanismos mais efetivos no legislativo do que a CPI”.
Na sexta-feira (17), a Petrobrás anunciou o aumento de 14,26% nos preços do diesel e de 5,18% na gasolina, seguindo a prática, apoiada por Bolsonaro e por Paulo Guedes, ministro da Economia, de reajustar os preços destes combustíveis à cotação do dólar e aos preços internacionais do barril de petróleo.
O que Jair Bolsonaro está tentando fazer é transferir a responsabilidade, que é toda dele, para outros agentes. Primeiro, falou que a culpa do aumento dos preços era dos Estados, que cobram o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Mesmo com o ICMS congelado há sete meses ou reduzido, o preço da gasolina e do diesel continua subindo.
Agora, fala que é culpa da diretoria da Petrobrás, mesmo que a Presidência e a maioria da diretoria da estatal sejam indicações do governo federal. Bolsonaro já indicou três aliados para a Presidência da Petrobrás, sendo que com todos a política para o preço dos combustíveis foi a mesma.
MOURÃO
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, deu uma declaração na contramão do que tem falado o governo e disse que “nem vai andar” o pedido de abertura da CPI da Petrobrás.
“Eu acho que não vai nem andar isso aí, não tem nem tempo. Estamos entrando quase em fase eleitoral, vamos falar assim, mais um mês e meio inicia a campanha eleitoral, acho difícil que uma CPI vá andar nesse momento”, falou Mourão.