Já o ex-presidente Lula garantiu a continuidade dos R$ 600. “O povo sabe que nós é que vamos manter os R$ 600 após as eleições”, garantiu o ex-presidente, em entrevista ao Correio Braziliense, na terça-feira (12)
De tudo o que se ouviu nesta quinta-feira (14), na solenidade de promulgação da “PEC do desespero” de Bolsonaro, a única coisa garantida é que os benefícios do governo só vão até a eleição. Ou seja, é um pacote que tem esse nome, “PEC do desespero”, porque tem a função de tentar tirar do atoleiro a campanha que tenta a reeleição do mais rejeitado presidente da história da República.
O plano é pagar uma graninha a mais por pouco tempo para, depois, voltar tudo a ser como é agora, ou seja, voltar ao arrocho, ao desemprego, à inflação e à fome de milhões de pais e mães de família. O ex-presidente Lula acertou quando afirmou, em entrevista ao Correio Braziliense, na última terça-feira (12), que “o povo sabe que nós é que vamos manter os R$ 600 após as eleições.”
PACOTE SÓ POR TRÊS MESES
É isso mesmo. O pacote de Bolsonaro só vai até as eleições. Depois, acabou. A oposição, liderada por Lula, ao contrário, garante que dará continuidade aos programas sociais e à ajuda de R$ 600. Foi esta mesma oposição que defendeu a manutenção do auxílio emergencial enquanto a pandemia não acabasse. Bolsonaro foi contra.
Agora, rejeitado pela maioria da população, ele acha que pode enganar o povo. Sua enganação é pagar um pouco mais agora, ou seja, pagar o mesmo valor que foi pago durante a pandemia, mas somente por três meses. Lula já garantiu que, se eleito, vai manter a ajuda neste valor. Ou seja, com Bolsonaro, a ajuda acaba e, com a oposição, ou melhor, com Lula na presidência, a ajuda vai continuar, como ele mesmo já garantiu.
Para sustentar a farsa eleitoreira, Bolsonaro aproveitou também e acabou com o programa Bolsa Família, que era um programa permanente, que tinha verba garantida no orçamento, e colocou no seu lugar um outro programa que vai pagar R$ 600, mas, com uma maldade: esse valor também só valerá até as eleições. O valor é maior, é verdade, mas só tem verba garantida até o fim do ano.
Em suma, o “pacote” é uma enganação eleitoreira. Depois disso, não há mais recursos garantidos para nada. Ou seja, acabou com um programa que era permanente e criou outro, com valor maior, mas só por três meses. Aumenta o valor antes das eleições, para depois, não garantir mais nada. É assim que agem os fariseus Jair Bolsonaro e Paulo Guedes.
NUNCA SE PREOCUPOU COM OS POBRES
A verdade é que este governo nunca se preocupou em ajudar os pobres. Nem na pandemia eles se sensibilizaram. Foi a oposição que decretou o estado de emergência e criou a ajuda emergencial de 600 reais para que as pessoas pudessem se proteger do vírus durante a pandemia. O governo era contra. Defendia o vírus.
Bolsonaro queria que todos saíssem de casa para se infectar e morrer. Muitos morreram mesmo por conta disso. O Brasil foi o segundo país do mundo em número de mortos por Covid, mais de 670 mil brasileiros perderam a vida até agora por conta do vírus e por conta também da teimosia genocida de Bolsonaro.
Pressionado pela oposição, o capitão cloroquina acabou aceitando pagar a ajuda, mas de apenas R$ 200 para os pobres. Enquanto ele se fixava neste ridículo valor de R$ 200 para os pobres, as grandes empresas recebiam bilhões em benesses de seu governo. A oposição derrotou a proposta de Bolsonaro no Congresso Nacional e aprovou uma ajuda emergencial de 600 reais.
Os parlamentares queriam também que a ajuda durasse enquanto a pandemia perdurasse. Mas, o governo insensível de Bolsonaro e Guedes só aceitou pagar o auxilio por quatro meses. Bolsonaro cortou o auxílio emergencial antes que a pandemia acabasse.
Sem governar, com a economia em frangalhos, com mais de 12 milhões de desempregados, com a inflação em disparada, com a fome batendo às portas de 33 milhões de pessoas e ameaçando outros 120 milhões de brasileiros, o que Bolsonaro fez? Literalmente nada. Além de andar de moto para cima e para baixo, ele decidiu acabar com o bolsa família, que era permanente. Em seu lugar criou o “pacote” eleitoreiro com duração de somente três meses.
TUDO PARA NÃO MEXER NOS PREÇOS DOLARIZADOS
E, pior, Bolsonaro seguiu defendendo os ricaços e estimulando a inflação ao manter a dolarização dos alimentos, do diesel, da gasolina e do gás de cozinha, que não param de subir. Ele preferiu reduzir as verbas da Saúde e da Educação públicas, que são financiados pelo ICMS, só para não mexer nos preços dolarizados dos combustíveis que são extorsivos para os brasileiros mas estão enriquecendo os poderosos, os acionistas das petroleiras, os donos de importadoras, de distribuidoras e postos de gasolina.
Ele cortou quase 80 bilhões de reais da Saúde e da Educação dos Estados e municípios, que vinham da cobrança do ICMS, para não mexer nos preços dolarizados do diesel e da gasolina. Como também disse Lula, ele falou muito mas não mexeu nessa política de preços porque tem o rabo preso com os grupos poderosos.
Bolsonaro decidiu estrangular os serviços públicos, cortando o ICMS, só para manter os preços atrelados ao dólar. Reduziu alguns centavos do diesel com a limitação do ICMS, mas não vai segurar os preços que se alteram sempre que o dólar sobe. E o dólar não para de subir.
A “ajuda” aos caminhoneiros, incluída no “pacote”, é pura demagogia eleitoreira. Até porque, além de ser um valor pequeno, diante dos altos gastos que os caminhoneiros têm com os combustíveis, essa “ajuda” também só vai até as eleições. Depois, o dólar e o petróleo seguem subindo e, segundo Bolsonaro, que se danem os caminhoneiros.