“No Brasil que eles querem, não cabe o povo brasileiro”, afirma Renato Janine Ribeiro
O presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), Renato Janine Ribeiro, voltou a se manifestar contra os cortes na área de Ciência e Tecnologia em editorial no site da entidade (4/11), onde afirma: “a injustiça social é poderosa, mas não vamos desistir”.
“Hoje, por exemplo, presenciamos uma recusa claríssima a tributar quem pode pagar – os mais ricos – e uma propaganda intensa da mídia e do poder econômico para se cortarem as já insuficientes verbas destinadas aos mais pobres. Os pretextos são apenas isso, pretextos, mas se mostram muito eficientes para impedir que o Brasil seja um país justo e próspero. Veja-se também que basta baixar o desemprego e aumentar a renda dos trabalhadores que já soa o alarme, por parte de quem deseja um País tacanho e mesquinho. No Brasil que eles querem, não cabe o povo brasileiro”, afirma Janine.
Ele destacou que a atual discussão sobre o possível corte de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) “tem sido propagado como um balão de ensaio por setores da direita, por financistas e pela grande imprensa, embora não tenha sido confirmado pelo governo”.
“Esperamos que seja apenas um alarme falso. Mas o fato é que colocar propostas desse tipo na conta de supostos técnicos da área econômica já é motivo de inquietação”, sentenciou.
Janine ressaltou que “isso nos faz perceber que, mais uma vez, o projeto anti-Brasil, o projeto anti-povo, que impede o país de cumprir seu ideal e se tornar um lugar bom para a sua população, continua forte. E teremos que lutar para vencê-lo”.
“Nos últimos poucos dias, a SBPC se manifestou contra o erro que comete a FAPESC, ao se negar sequer a examinar projetos de pesquisa que tratem de questões de gênero em Santa Catarina, contra a anunciada partidarização da presidência da FAPERJ pelo governo fluminense e, agora, se mobiliza em defesa do FNDCT, que segundo a imprensa teria seus valores em risco. Essas três questões, para ficarmos apenas no campo da ciência. Porque, ao mesmo tempo, os setores mais reacionários também querem diminuir – entre outros – o Benefício de Prestação Continuada (BPC), importante medida pública para reduzir a miséria, a pobreza, a fome, bem como várias outras prestações das quais depende a própria vida dos mais pobres”, sustentou.
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