
“Tô nem aí”, diz o ministro da Saúde sobre demora do governo Trump em emitir seu visto para participar da Assembleia-Geral da ONU
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, falou na terça-feira (16) que está “nem aí” para a demora do governo dos Estados Unidos em emitir seu visto.
“Só fica preocupado com isso quem quer sair do Brasil [para] ir para lá fazer lobby de traição da pátria, como alguns estão fazendo”, declarou o ministro. Alexandre Padilha se refere ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está desde março morando nos Estados Unidos e bajulando o governo de Donald Trump pelo tarifaço para prejudicar os produtos brasileiros.
O governo de Donald Trump está atrapalhando a emissão e cancelando vistos como parte da política de sanções e perseguições contra o Brasil e suas autoridades.
O presidente Lula solicitou, por meio do Itamaraty, aos Estados Unidos o visto para que Alexandre Padilha componha sua comitiva para participar da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Faltando uma semana para o início do evento, os vistos ainda não foram emitidos.
“Igual aquela música: ‘Tô nem aí’. Só fica preocupado com isso quem quer ir para os Estados Unidos, eu não quero ir. Só fica preocupado com isso quem quer sair do Brasil [para] ir para lá fazer lobby de traição da pátria, como alguns estão fazendo”, comentou Padilha quando foi questionado pela demora.
Os EUA também cancelaram vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – só ficaram de fora da lista os ministros Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques – e de servidores do Ministério da Saúde ligados ao programa Mais Médicos, que contratava médicos cubanos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse, por meio de sua porta-voz, que a demora dos EUA em emitir os vistos para a comitiva brasileira “é preocupante”.
“Esperamos que os vistos sejam entregues. Como já destacamos aqui no caso de outra delegação, da Palestina, o Acordo de Sede entre os Estados Unidos e a ONU determina que o país anfitrião deve facilitar a entrada de pessoas que tenham negócios com esta organização”, falou.