
O padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, agradeceu o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) por conseguir, enquanto relator do PL contra a arquitetura hostil, a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
Orlando assistiu, no domingo (7), à missa do padre Júlio Lancellotti na capela de São Miguel Arcanjo (SP). Durante a missa, o padre entregou para Orlando uma flor agradecendo pelo trabalho na Câmara.
Júlio Lancellotti explicou que o objetivo do PL 488/21 “não é que as pessoas durmam nas marquises ou embaixo dos viadutos, mas que é para tirar esse sintoma de hostilidade, para que as cidades sejam hospitaleiras”.
O projeto, que foi apelidado de PL Júlio Lancellotti proíbe a instalação de “espetos pontiagudos, pavimentações irregulares, pedras ásperas, bancos sem encosto, jatos d’água, cercas eletrificadas ou de arame farpado e muros com cacos de vidro” em espaços públicos.
O relator do PL na Câmara, Orlando Silva, disse durante a missa que seu “principal argumento foi o da solidariedade aos mais pobres, mas o segundo foi a inspiração do padre Júlio”.
“Cumpri a missão que o senhor me deu, que era muito importante priorizar esse tema, e ele foi priorizado e aprovado na Comissão mais difícil”, falou.
O deputado prestou solidariedade “aos mais necessitados e também ao incansável trabalho do padre Júlio para amenizar o sofrimento da população de rua”. Também defendeu “que todo ser humano possa viver em paz e tenha assegurados seus direitos fundamentais”.
Para ele, “é um projeto muito importante, porque proíbe que a arquitetura das cidades seja hostil à população em situação de rua. Imagine colocar formações pontiagudas embaixo de um viaduto para impedir que pessoas possam se deitar ali. É de uma crueldade brutal”.
“Ninguém está em situação de rua por querer, sobretudo com a atual crise econômica e social”, continuou.
Com o governo de Jair Bolsonaro a qualidade de vida das famílias tem diminuído, ao passo que o número de pessoas em situação de rua tem crescido, enquanto 33 milhões de pessoas estão passando fome todos os dias.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, mais de 31 mil pessoas estão vivendo nas ruas da cidade em 2022, enquanto esse número era de 24 mil em 2019. O aumento foi de 31% em dois anos.