O fechamento de postos de trabalho com carteira assinada registrou no primeiro semestre de 2020 um recorde sem precedentes. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, o país perdeu 1,2 milhão de empregos de janeiro a junho, o pior resultado desde o início da série histórica do levantamento em 2010.
Afetado pela pandemia e medidas de restrição – somado à falta de programas de socorro emergencial que chegassem efetivamente às empresas – o mercado de trabalho registrou um saldo de 5.718.276 contratações no período, enquanto as demissões atingiram 7.916.639.
Apenas em junho, cujos dados foram divulgados nessa terça-feira (28) pelo Ministério do Trabalho, o saldo foi negativo em 10.984 vagas de emprego formal, o pior resultado desde 2016. Desde o início da pandemia, os números de fechamento de vagas de trabalho celetistas informados pelo Caged foram os seguintes:
Março: -259.917 vagas
Abril: -918.286 vagas
Maio: -350.303 vagas
Junho: -10.984 vagas
O governo comemorou a desaceleração no número de demissões em junho sobre maio. Sobre o desastre acumulado no ano, o secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcomo, disse apenas que: “É natural que isso aconteça”, completando que a equipe econômica está otimista sobre os próximos meses, mesmo que o governo não tenha nenhum plano de recuperação dos empregos perdidos. Economistas já preveem um aumento assustador na taxa de desemprego no no número de desempregados no país no segundo semestre.
O número total de pessoas empregadas com carteira assinada em junho somou 37 milhões e 600 mil pessoas. Esse registro é muito inferior ao de mais de 65 milhões de desempregados e trabalhadores do setor informal que dependeram do auxílio emergencial que o governo se empenhou em sabotar. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao menos R$ 104,5 milhões de pessoas viviam em lares onde pelo menos um morador era dependente das parcelas de R$ 600 aprovadas pelo Congresso Nacional.
Setores mais afetados
O setor de serviços foi o que mais fechou vagas no primeiro semestre deste ano: 507.708 mil no total. Logo depois vem o setor de comércio, que encerrou 474.511 mil vagas nos primeiros seis meses do ano. A indústria demitiu 315.940 mil trabalhadores. A construção teve 32.092 vagas fechadas.