
O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, afirmou que deve haver uma “resposta coletiva” ao ataque de Israel à capital do pais, Doha
Referindo-se aos líderes árabes que rapidamente se comunicaram com o país do Golfo para expressar solidariedade, o sheikh Al Thani destacou: “Esperamos algo significativo que impeça Israel de continuar com essa intimidação”, acusando Netanyahu de levar a região ao “caos”.
“Há uma resposta que virá da região. Essa resposta está atualmente sob consulta e discussão com outros parceiros da região”, disse ele à CNN na quarta-feira, acrescentando que “toda a região do Golfo está em risco”.
A Liga Árabe, por meio do secretário-geral Ahmed Abulgueit, chamou a ação de “violação flagrante e completamente inaceitável”. O porta-voz da organização, Yamal Rushdi, acrescentou que os 22 países do bloco apoiam “qualquer medida” que Doha adote para proteger sua segurança.
“A conduta israelense se tornou uma violação de todas as normas internacionais e princípios do direito internacional, colocando uma firme responsabilidade sobre a comunidade internacional”, afirmou a nota oficial.
A Arábia Saudita, por meio de seu príncipe-herdeiro Mohammed bin Salman, expressou solidariedade ao Catar e classificou a ação de Israel como um “ato criminoso”. O governo saudita declarou ainda estar “mobilizando todas as suas capacidades” para apoiar Doha. Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Abdullah bin Zayed, também declarou “total solidariedade com o querido Catar”.
Na Jordânia, o chanceler Ayman Safadi disse que o ataque em Doha representa “uma ameaça séria à segurança do povo irmão do Catar” e reforçou que Israel “persistirá em sua brutalidade” caso o Conselho de Segurança da ONU não aumente suas medidas concretas.
Já o Kuwait denunciou que a ação israelense viola “todas as leis e normas internacionais” e pediu que o órgão assuma sua responsabilidade na manutenção da paz.
O Iraque classificou a operação como um “ato covarde” e manifestou “apoio total” ao Catar.
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Seyed Abbas Araghchi, em conversa telefônica na quarta-feira com seu homólogo catariano, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, condenou a “agressão terrorista” de Israel contra o Catar e expressou a solidariedade e o apoio do Irã.
Dado o “genocídio em curso em Gaza, as frequentes agressões e ações terroristas contra o Líbano, a Síria e o Iêmen, os ataques criminosos contra o Irã e agora a agressão militar contra o Catar”, Israel se tornou uma “ameaça real e imediata” à paz e à segurança regional e global, disse Araghchi.
O Ministério das Relações Exteriores da Turquia declarou em um comunicado que “os ataques contra a equipe de negociação do Hamas enquanto as negociações de cessar-fogo (em Gaza) estavam em andamento demonstram que Israel pretende continuar a guerra, não alcançar a paz”. Afirmou que “este ataque adiciona o Catar, mediador nas negociações de cessar-fogo, à lista de países atacados por Israel na região”. Enfatizou que “esta situação constitui uma evidência clara das políticas expansionistas de Israel na região e de sua adoção do terrorismo como política de Estado”.
Condenando o “ataque traiçoeiro e cruel” em Doha, o Ministério das Relações Exteriores da Tunísia, em um comunicado na quarta-feira, expressou total solidariedade e apoio ao Catar e seus esforços para defender sua soberania, integridade territorial e segurança. “É importante materializar uma visão comum para a segurança árabe como uma escolha estratégica inevitável para enfrentar todas as ameaças representadas por Israel à paz, segurança e estabilidade regionais e globais”, assinalou.
A Argélia acredita que a expansão dos ataques de Israel, incluindo contra negociadores do Hamas nas negociações de cessar-fogo no Catar, demonstra que o país desrespeita as normas internacionais e não deseja a paz, informou a APS, acrescentando que a Argélia pede ações globais para dissuadir Israel, pôr fim aos seus “crimes” contra palestinos e evitar uma nova escalada regional.