“Esta agressão é uma manifestação da arrogância das forças militares israelenses e a extensão de sua concepção colonial racista”, denuncia o Ministério do Exterior da Palestina
“É imperativo que a ONU condene e detenha a agressão de Israel ao povo palestino”, afirmou o embaixador da Palestina na ONU, Riad Mansur.
Em resposta à solicitação da Palestina à presidência, o Conselho de Segurança da ONU, neste momento exercida pela China, se comprometeu a reunir, na segunda-feira, dia 8, para deliberar sobre a agressão em curso contra a Faixa de Gaza.
Diante de mais este ataque a Gaza e mais um massacre contra civis palestinos dele resultante, Mansour declara que “o CS da ONU tem a responsabilidade de, além de exigir que Israel pare com o ataque, oferecer proteção internacional ao povo palestino”.
Segundo o Ministério da Saúde palestino, até o final do domingo já havia 29 palestinos assassinados e 240 feridos.
“Esta agressão é uma manifestação da arrogância das forças militares israelenses e a extensão de sua concepção colonial racista”, denunciou no sábado, o Ministério do Exterior da Palestina.
Para o MRE da Palestina, a permissividade em relação a Israel e até o apoio dos Estados Unidos, deixando o regime israelense “livre de prestar contas em nível internacional por suas agressões e o encoraja a seguir cometendo estes crimes”.
A facção palestina que se denomina Jihad Islâmico vinha ameaçando atacar o sul de Israel e realizar atentados dentro de Israel como reação a assalto de terras palestinas e em solidariedade a manifestantes palestinos reprimidos por tropas israelenses na Cisjordânia.
Mesmo com Yair Lapid – que se coloca como moderado – em caráter interino à frente do governo e com eleições já convocadas para novembro, a reação israelense foi brutal e desproporcional lembrando as retaliações nazistas contra civis na Segunda Guerra, sempre que uma ação bem sucedida da Resistência atingia elementos da sua ocupação por toda a Europa.
Segundo destaca o jornal israelense Haaretz, “um membro da força israelense declarou (sob anonimato) que líderes do Jihad Islâmico foram assassinados”. Segundo o jornal, foram pelo menos quatro, entre eles Tayseer Al Jabari e Khaled Mansur. O jornal também informa que 20 líderes da organização já foram presos por tropas de Israel na cidade palestina de Jenin.
O Ministério da Saúde de Israel informa que foram lançados 350 foguetes pelos integrantes do Jihad contra cidades israelenses vizinhas a Gaza, alguns chegando ao entorno de Tel Aviv, deixando 24 israelenses feridos.
A tensão na região já teve como efeito o crescimento das probabilidades do bloco liderado por Bibi Netanyahu vencer o pleito de novembro. Segundo uma das pesquisas, o ex-premiê obteria 62 cadeiras junto com aliados (a quantidade mínima para formar governo majoritário é de 61 parlamentares).
Netanyahu é réu em quatro processos por corrupção e foi o que mais realizou investimentos governamentais no fortalecimento da segregação na Cisjordânia.
Sob seu governo foi acelerada a construção de unidades residenciais judaicas em terras assaltadas aos palestinos, aprofundando o regime israelense na condição de apartheid como recentemente denunciou o governo da África do Sul, que pediu à ONU a formação de um comitê especial para determinar essa característica que tornaria inadmissível a permanência de Israel com assento em órgãos internacionais, inclusive a própria ONU.
Ocorre que mesmo com o afastamento de Netanyahu do comando do regime israelense, a aliança formada pelo direitista Naftali Bennett e o centrista Yair Lapid seguiu autorizando a expansão de assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada, além da permissão a atos provocativos de direitistas judeus na Jerusalém Árabe, levando a uma manutenção das tensões com a população palestina que desembocaram na exacerbação atual.