“Se analisarmos os números, esta pandemia ainda está evoluindo. Está crescendo em muitas partes do mundo. Temos uma profunda preocupação porque os sistemas de saúde de alguns países estão trabalhando sob uma enorme tensão e requerem nosso apoio, nossa ajuda e nossa solidariedade”, assinalou Michael Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências Sanitárias da Organização Mundial da Saúde, OMS, na quarta-feira, 10.
Na Europa, as regras impostas aos cidadãos para limitar a expansão da pandemia do coronavírus estão sendo flexibilizadas amplamente. “A questão principal está sendo agora com as viagens e a abertura de escolas, com a gestão de risco, as reuniões massivas, a vigilância e o rastreamento de contatos”, disse o funcionário da OMS.
Nos países do sudeste da Ásia, onde a transmissão tem estado em grande medida sob controle, os governos estão mais preocupados pelo ressurgimento de surtos localizados, enquanto que na América do Sul, o problema dos materiais de proteção pessoal para os trabalhadores de saúde persiste, destacou. E alerta que a região vive um avanço “progressivo e persistente” da pandemia e pede que haja um foco na contenção do vírus.
Quanto à África, Ryan alertou que a taxa de mortalidade se manteve muito baixa a semana passada, mas o sistema de saúde poderia ver-se sobrecarregado porque tem que enfrentar outras doenças como a malária.
Já nos Estados Unidos, o principal responsável científico na luta contra o coronavírus, Anthony Fauci, advertiu que o país “ainda está no início” da pandemia. Também destacou que uma política justa e sólida frente ao avanço da Covid-19 deve atender em primeiro lugar a população afro-americana, sem dúvidas a mais castigada. O epidemiologista tem discordado, nas últimas semanas do presidente Trump em questões que vão desde a reabertura econômica até o uso de máscaras. Enquanto a pandemia continua causando estragos no país, registrando na quinta-feira, 11, mais de 2 milhões de casos confirmados e 113.038 mortes, vários Estados estão sem um critério unificado na luta por expandir os testes, requisito indispensável na hora de combater o novo vírus, segundo a OMS.