Os impactos da pandemia da Covid-19 nas atividades das empresas em funcionamento na segunda quinzena de junho foram negativos para 62,4% do universo 2.776.457 milhões de empresas no país, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no dia 30 de julho. Para 22,5% das empresas o efeito foi considerado pequeno ou inexistente e para as outras 15,1% o impacto foi positivo.
As micro e pequenas empresas foram as que mais sofreram as consequências da crise que se instalou por toda a economia. Com até 49 funcionários, dos 100% desse segmento 62,7% declararam sofrer prejuízos com a pandemia. Das empresas de porte médio, com até 499 funcionários, 46,3% do total declararam resultados negativos, sendo que entre as empreses de grande porte, assim considerado por empregar mais de 500 funcionários, informaram que 50,5% também ficaram no vermelho.
A pesquisa só confirma as dificuldades encontradas por empresários e denunciadas por entidades de micro e pequenas e médias empresas em ter acesso ao crédito emergencial prometido pelo governo no período da pandemia. Do total das 2.776.457 milhões de empresas, 2.716.428 ou 98% delas empregam até 49 empregados.
As dificuldades de caixa, no pagamento dos compromissos, foram sentidas por 52,9 % das empresas consultadas pela pesquisa. O setor de serviços teve o maior índice de empresas com dificuldade de caixa ou 60,2% delas. Dentro do grupo, os serviços prestados às famílias com 79,95% e serviços de comunicação e informação com 57,4% foram os agregados que mais influenciaram.
As empresas do setor de serviços foram as que mais sentiram impactos negativos (65,5%), com destaque para o segmento de serviços prestados às famílias (86,7%). No comércio, 64,1% relataram efeitos negativos e na construção, 53,6%. No setor industrial, 48,7% das empresas informaram ter tido impacto negativo. Por regiões, os efeitos negativos pesaram mais para 72% das empresas no Nordeste, 65% no Sudeste e 63% no Centro-Oeste.
De acordo com o coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas do IBGE, Flávio Magheli, de maneira geral, permanece a percepção de dificuldade do impacto geral da pandemia sobre as empresas. “Essa percepção está concentrada nas empresas de menor porte, mas também aparece disseminada seja por atividade econômica seja pela localização no território”.
Estas e outras informações sobre a situação das empresas na segunda quinzena em relação a primeira quinzena de junho foram detectadas pela pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, divulgada na quinta-feira (30) pelo IBGE.
“A pesquisa não é quantitativa, e sim baseada na percepção das empresas, que é subjetiva e suportada por expectativas. A primeira edição da Pesquisa Pulso comparou as percepções das empresas na primeira quinzena de junho, em relação ao período anterior à pandemia e mostrou que a pandemia teve impacto predominantemente negativo”, esclareceu Magheli