“É injustiça a que obriga muitos migrantes a deixar suas terras, os faz morrer no mar por causa das tempestades para não morrerem nos campos de detenção líbios, lugares de tortura e escravidão ignóbeis”, declarou o papa Francisco ao encontrar-se, na quinta-feira, com um grupo de migrantes vindos da Grécia.
Ele também condenou acordos como o realizado entre o governo italiano e o líbio para financiar embarcações com a finalidade de deter migrantes na costa Líbia: “Não é bloqueando embarcações que se resolve o problema”.
Ele condenou os dirigentes europeus que atuam na questão com “preguiça e indiferença frente a quem busca ajuda”.
O papa declarou ainda que é “urgente esvaziar os campos de detenção na Líbia, ao tempo em que se avalia e atua para localizar todas as soluções possíveis”.
“É necessário denunciar e deter os traficantes que exploram e maltratam os migrantes, sem temor de expor conivências e cumplicidades no interior de instituições”, prosseguiu, emocionando os presentes ao mostrar um colete salva-vidas que “pertenceu a um migrante desaparecido”.
“Salvar cada vida humana é um dever moral que une os crentes e não crentes. Somos todos responsáveis pelas vidas de nossos próximos. É necessário deixar de lado os interesses econômicos para colocar no centro a pessoa, cada pessoa, cuja vida e dignidade são preciosas aos olhos de Deus. É necessário socorrer e salvar”, concluiu o papa.