Sensibilizado com “as dramáticas notícias de naufrágios de embarcações cheias de imigrantes no Mediterrâneo”, o Papa Francisco conclamou a comunidade internacional a atuar “com decisão e prontidão para que estas tragédias não se repitam e seja garantida a segurança, o respeito e a dignidade de todos”.
Em sua catequese no último domingo, o pontífice argentino dedicou sua “lembrança e oração” às vítimas e aos seus parentes, manifestou sua “dor por estas tragédias” e pediu aos fiéis que não se desconsiderem “o sofrimento e a dificuldade do próximo”.
Conforme dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas, junho foi o mês que registrou o maior número de mortes em um ano e meio entre imigrantes que tentaram cruzar o Mar Mediterrâneo em direção à Europa. Entre os dias 1º e 30, pelo menos 629 pessoas morreram ou desapareceram na região, incluindo o Mar Egeu. O total é praticamente igual ao número de mortos nos cinco meses anteriores, entre janeiro e maio.
De acordo com ONGs que mantêm barcos nas águas internacionais para resgatar os imigrantes – a maioria oriundos da África e do Oriente Médio – a nova política do governo italiano de bloquear o acesso dos navios aos portos do país dificultou ainda mais o trabalho de resgate. As entidades também denunciam inúmeras práticas dos governantes líbios, que atentam contra as leis marítimas e os próprios direitos humanos, como negar ajuda a barcos em perigo.