Em sua tradicional mensagem ao mundo, na terça-feira (25), o papa Francisco expressou: “Meu desejo de feliz Natal é um desejo de fraternidade. Fraternidade entre indivíduos de todas as nações e culturas. Fraternidade entre pessoas com ideias diferentes. Fraternidade entre pessoas de diferentes religiões”. Sem fraternidade, acrescentou, “mesmo nossos melhores planos e projetos correm o risco de se tornar vazios e sem alma”. “Nossas diferenças não são um defeito ou um perigo. Elas são uma fonte de riqueza”, frisou.
“O homem se transformou em ávido e ganancioso. Parece que ter e acumular coisas é, para muitas pessoas, o sentido da vida”, constatou. E pediu a todos que se respeitem e ouçam uns aos outros.
Fazendo ênfase na importância da paz para a Humanidade, Francisco listou os principais conflitos no mundo. Sobre a Síria, ele fez um chamamento à comunidade internacional para que “encontre uma solução política que acabe com as divisões e os interesses de diferentes partes, de modo que o povo sírio possa voltar a viver em paz em sua pátria” e fez uma prece para que o país possa “reencontrar a fraternidade depois de longos anos de guerra”.
Na presença de mais de 50 mil pessoas, Francisco expressou esperar que a trégua alcançada no Iêmen leve “alívio a tantas crianças e populações exaustas pela guerra e pela fome”.
Rezou para que “um novo alvorecer de fraternidade surja sobre todo o continente africano” e lembrou que lá “milhões de pessoas refugiadas ou deslocadas precisam de assistência humanitária e segurança alimentar”.
Pediu ainda que “os vínculos fraternos que unem a Península da Coreia” permitam a continuidade de um caminho rumo a soluções conjuntas e ao bem-estar de toda a população.
Referiu-se ao enfrentamento entre israelenses e palestinos desejando que consigam construir um “caminho de paz que ponha fim a um enfrentamento que, há mais de 70 anos, dilacera a terra escolhida pelo Senhor para mostrar o seu rosto de amor”.
Sobre a Venezuela, ele disse esperar que o país consiga “reencontrar a concórdia”, referindo-se à crise que, com a falta de emprego e produção nacional que cubra as necessidades básicas da população, necessidades que provocam a fuga do país de milhões de pessoas.
Sobre a Nicarágua que, sob o governo de Daniel Ortega, sofre uma violenta repressão àqueles que se opõem à sua política, o pontífice pediu que “não prevaleçam ali as divisões e as discórdias” e clamou para que as partes cheguem a uma reconciliação.
Durante a celebração da Missa do Galo, na véspera, Francisco aproveitou as celebrações de Natal para criticar a desigualdade entre ricos e pobres e a “voracidade consumista” dos homens. “Enquanto uns poucos realizam banquetes esplêndidos, muitos não têm pão para sobreviver.”