Chefe de Gabinete de Zelensky passa recibo do tremendo incômodo com a verdade proferida pelo Papa que se recusa a aderir à russofobia: “é instrumento da propaganda russa”
Governo de Zelensky demonstrou um profundo incômodo diante de uma verdade expressa pelo papa Francisco com relação à contribuição do povo russo à humanidade. Seu principal assessor esbravejou contra o líder da Igreja Católica, dizendo que é “instrumento da propaganda russa” por expressar seu reconhecimento quanto à relevância da cultura e do humanismo russos.
A intempestiva reação partiu do principal assessor de Zelensky, Mikhail Podoliak, depois que o papa ressaltou a contribuição russa em seu pronunciamento aos jovens russos que, para o papa: “são herdeiros são “herdeiros da grande Rússia… dos santos, dos reis, a Rússia de Pedro e Catarina II, do grande Império Russo, de tanta cultura e humanidade”.
A baixaria de Podoliak se expressou em uma entrevista sua ao jornal italiano italiano Corriere dela Sera na qual disse que o papa estaria envolvido em um “discurso destrutivo para o humanismo contemporâneo”.
Podoliak acusa Moscou de usar o exemplo de figuras históricas como Pedro I (1672-1725) e Catarina, a Grande (1729-1796), para motivar os soldados russos a lutar na Ucrânia. “O Papa os exalta e [o presidente da Rússia, Vladimir] Putin os usa para eliminar a nossa identidade”, disse, na tentativa de empanar o fato de que é Kiev que lançou uma razia de limpeza étnica contra os ucranianos de fala russa na região do Donbass.
Sem qualquer compromisso com a verdade, Podoliak continuou sua série de ofensas a Francisco, vociferando desrespeitosamente em favor dos abusos do governo Zelensky. “Se avaliarmos as frases do Papa com a mente aberta, veremos que são um encorajamento incondicional ao imperialismo agressivo, um elogio à ideia sangrenta do ‘mundo russo’, que implica a destruição brutal das liberdades e dos estilos de vida dos outros”, sublinhou, esquecendo de acrescentar que é na Ucrânia onde todos os partidos de oposição estão proscritos e alguns dos líderes destas agremiações tiveram que se exilar.
O fato de Francisco sustentar uma postura que contraria os manuais de guerra do Pentágono em sua guerra por procuração contra a Rússia fez com que o principal assessor ucraniano questionasse “o que é a Igreja Católica, o que é o Cristianismo?”.
Além de Podoliak, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Oleg Nikolenko também atacou Francisco nas redes sociais: “é muito lamentável que as ideias do grande Estado russo, que são a causa da agressão crônica da Rússia, venham, consciente ou inconscientemente, da boca do Papa”.
Diante das bobagens e descabidas sandices do governo Zelensky, o Vaticano reiterou sua identidade com a “grande cultura e humanidade” da Rússia.
O secretário de imprensa do Kremlin, Dmitry Peskov, informou que acolhia com respeito as observações do Papa, frisando que “é muito bom que o Pontífice conheça a história russa, que está profundamente enraizada”.
Zelensky visitou o Vaticano em maio, quando Francisco ofereceu ajuda na construção de pontos de diálogo. No entanto, guiado pela cartilha estadunidense, o líder ucraniano recusou a proposta do Pontífice dizendo não precisar de “mediadores”.
Buscando a conciliação entre as nações, o Papa enviou seu representante de paz, o Cardeal Matteo Zuppi, a Kiev, Moscou e Washington nos últimos meses.