O papa Francisco pediu “um novo espírito de Helsinque” ao participar em Astana, capital do Cazaquistão, do Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais, na terça-feira (13) e instou à superação da política de blocos opostos.
“Precisamos de líderes que liderem um diálogo, criem um ‘novo espírito de Helsinque’, tornem o mundo mais pacífico. Precisamos de um diálogo com todos. Repito: com todos!”, enfatizou o pontífice.
Nos Acordos de Helsinque de 1975 entre Moscou e Washington – em um momento em que a derrota na guerra do Vietnã forçava o império a recuar de seus aspectos mais agressivos – ambos os lados reconheceram interesses mútuos e avançaram em relação à paz na Europa.
“Vim aqui como peregrino da paz. Procuro diálogo, quero unidade. O mundo precisa desesperadamente de harmonia”, assinalou Francisco, que saudou o país anfitrião, que tem a maior comunidade católica da Ásia Central.
“Hoje estamos falando sobre as dificuldades e conflitos militares que surgiram na Ucrânia. Precisamos cuidar do desenvolvimento elementar do mundo. Os diplomatas devem começar a entender que cada pessoa precisa ser cuidada”, acrescentou.
“A tarefa do Estado é tratar todos os membros da sociedade de forma justa. O bem-estar da sociedade é a prosperidade não apenas de suas camadas individuais, mas de todas as pessoas”, enfatizou o pontífice.
A visita de Francisco a Astana com sua mensagem de reconciliação irá até quinta-feira. Além de encontros com líderes religiosos do mundo inteiro, o papa rezará uma missa. Há 20 anos atrás, o Cazaquistão havia recebido pela primeira vez um papa, João Paulo II.
No final de semana, o vizinho Uzbequistão sediará a cúpula da Organização de Cooperação de Xangai.