
Irmã Dulce, conhecida como “O Anjo bom da Bahia”, será proclamada santa e vai se tornar a primeira mulher nascida no Brasil a ser canonizada.
A notícia foi divulgada nesta terça-feira (14) pelo site “Vatican News”, canal oficial do Vaticano.
A promulgação do decreto de canonização aconteceu após audiência do Papa Francisco com o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu, na segunda-feira (13). A data da canonização ainda não foi divulgada.
Religiosa da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, seu nome de batismo, nasceu em Salvador em 26 de maio de 1914, e ficou conhecida por uma vida dedicada à assistência aos pobres e necessitados.
Com 13 anos já cuidava de doentes e mendigos, acolhendo-os na casa de sua família, em um centro de atendimento.
Após receber o hábito, em 1933, adotou o nome de Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe, que se chamava Dulce Maria e morreu quando ela tinha 7 anos.
Na década de 30 assistia aos pobres da comunidade de Alagados, que viviam em palafitas no bairro de Itapagipe, em Salvador. Ali criou um posto médico e fundou, ao lado de Frei Hildebrando, em 1936, a União Operária São Francisco, primeiro movimento católico operário da Bahia. O movimento deu origem ao Círculo Operário da Bahia, mantido com a arrecadação de três cinemas que os religiosos haviam construído através de doações.
O Círculo funcionava organizando cooperativas, atividades culturais e defesa dos direitos dos trabalhadores.
Nos anos subsequentes a história de luta pelos necessitados permanece.
Já idosa e com saúde frágil, Irmã Dulce construiu e manteve uma das maiores obras filantrópicas do país, as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), inaugurado em 1959 e até hoje um dos maiores complexos de saúde do Brasil, com atendimento 100% gratuito.
Também fundou o Hospital Santo Antônio e o Centro Educacional Santo Antônio (CESA), entre outras obras. A religiosa morreu em 1992, aos 77 anos.