A nova pesquisa Datafolha apontou que 64% da população acredita que Jair Bolsonaro sabia que Fabrício Queiroz estava escondido na chácara de seu ex-advogado, Frederick Wassef, em Atibaia (SP). 15% não souberam avaliar e 21% acreditam que Jair Bolsonaro não tinha conhecimento da localização de Queiroz.
Em live feita no seu Facebook no dia 18, dia em que Queiroz foi preso na chácara, Jair Bolsonaro disse que Queiroz estava lá para se tratar de um câncer.
Fabrício Queiroz foi assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e era quem centralizava o esquema de “rachadinha” no gabinete. Ele recolhia parte do salário dos assessores e passava para Flávio através de depósitos ou pagando suas contas.
A pesquisa mostra que dos que apoiam o governo de Jair Bolsonaro, apenas 45% acredita que ele não sabia onde estava Queiroz.
A prisão preventiva de Queiroz foi decretada por suspeitas de interferência na investigação. Sua esposa, Márcia Aguiar, também teve prisão decretada, mas não foi encontrada. Ela está foragida.
As investigações sobre Flávio e seu assessor Queiroz começaram a partir de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf) ter identificado uma movimentação de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz entre 2016 e 2017 e de R$ 7 milhões entre 2015 e 2017.
As investigações mostraram um depósito de R$ 25 mil na conta da esposa de Flávio Bolsonaro, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, feita por Queiroz.
Ao analisar 53 boletos de mensalidades escolares das duas filhas do casal, os investigadores detectaram que, do total de R$ 251.847,28 gastos neste quesito, foram debitados das contas do casal R$ 95.227,36.
Ou seja, houve uma diferença de R$ 153.237,65 que foram pagos por Queiroz em espécie. Para o MP, estes recursos foram desviados dos cofres públicos através do esquema de lavagem de dinheiro comandado por Flávio e Queiroz.