Maioria da população afirma que a situação piorou nos últimos seis meses. Medo do desemprego cresceu para 61% dos entrevistados e 75% declararam que diante da inflação galopante tiveram de reduzir os seus gastos
De acordo com pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Instituto FSB, sete entre dez brasileiros consideram a situação econômica do país ruim ou péssima. O medo de perder o emprego também cresceu entre os entrevistados. E a explosão da inflação fez reduzir em muito das gastos com necessidades básicas do povo brasileiro.
Segundo a pesquisa, para 80% dos entrevistados, essa é uma das piores crises econômicas que o país já enfrentou. Apenas 22% da população acreditam que, em comparação com os últimos 6 meses, a economia melhorou. Para 56%, ela piorou.
Sobre a expectativa para o futuro, 34% estão otimistas e acreditam que a situação vai melhorar um pouco (27%) ou muito (7%); 27% acham que ela vai permanecer estável e 32% estão pessimistas. Para estes últimos, a economia ainda vai piorar muito (17%) ou um pouco (15%).
MEDO DO DESEMPREGO CRESCE
O medo do desemprego cresceu de 52%, em julho, para 61% em novembro. Para 16%, o temor é muito grande, para 24%, ele é grande e para 21%, é médio. O percentual dos que não têm qualquer receio encolheu de 32% para 21% da população empregada. O desemprego no país atinge níveis bastante elevados, com 15 milhões sem emprego e outros 40 milhões no trabalho informal, precarizados, sem direitos e com salários muito baixos.
Para muitos entrevistados, 64% afirmam que a economia brasileira ainda não começou a se recuperar da crise econômica agravada pela pandemia e 52% acreditam que essa recuperação vai levar mais de um ano para ocorrer ou não vai acontecer. O percentual é a soma daqueles que pensam que ela vai ocorrer de um ano até dois anos (16%), em mais de dois anos (36%). Para 4%, essa recuperação não vai ocorrer.
INFLAÇÃO AFETA TRÊS EM CADA QUATRO BRASILEIROS
A disparada dos preços dos combustíveis, alimentos, energia elétrica, entre outros, afetou em muito a vida dos brasileiros, corroendo a minguada renda do brasileiro. Para 73% da população a inflação aumentou muito (51%) ou um pouco (22%) nos últimos seis meses e três em cada quatro brasileiros (75%) diz que sua situação financeira foi afetada pelo aumento dos preços. A maioria dos entrevistados acredita que a situação ainda deve piorar nos próximos seis meses. De acordo com 29% dos brasileiros, a inflação ainda deva aumentar muito e para 25% ela ainda vai subir um pouco.
Diante da inflação que corrói o orçamento das famílias, 74% dos entrevistados tiveram de reduzir os seus gastos, percentual igual a maio de 2020, no início da pandemia. Entre aqueles que afirmaram que diminuíram as suas despesas, 58% afirmam que a redução foi muito grande (20%) ou grande (38%). Os percentuais de redução de gastos são os maiores registrados pela pesquisa desde o início da pandemia: 18 pontos percentuais acima do segundo maior índice (40%) registrado em maio de 2020 e abril de 2021, momentos em que a pandemia estava em momentos mais agudos.
A pesquisa da CNI por meio do Instituto FSB entrevistou 2.016 brasileiros com idade a partir de 16 anos, nas 27 unidades da federação entre os dias 18 e 23 de novembro. A margem de erro no total da amostra é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
Com informações da Agência de Notícias da CNI