Para bolsonaristas, foragido com rifle semiautomático é “símbolo” de anistia

Ezequiel esteve ativo nos atos terroristas de 8 de janeiro de 2023. Foto: Joédson Alves - Agência Brasil

Ezequiel Ferreira Luis é foragido da Justiça. Ele rompeu a tornozeleira eletrônica que usava e é considerado um dos símbolos do projeto de anistia aos presos do 8 de janeiro

Ezequiel Ferreira Luis, caminhoneiro de 43 anos, é foragido após romper tornozeleira. Ele foi condenado a 14 anos por tentativa de golpe de Estado em janeiro de 2023.

Parlamentares bolsonaristas tentam promover anistia aos presos usando-o como “símbolo”. Ezequiel possui armas registradas e é considerado perigoso pela Justiça. A defesa alega inocência, mas ele foi encontrado no Palácio do Planalto durante a invasão aos prédios dos Três Poderes, em Brasília.

O 8 de janeiro de 2023 foi o epílogo da tentativa de golpe de Estado, que começou, concretamente, em 2022. Inclusive, na trama golpista, havia planos, segundo vasta, prolongada e minuciosa investigação da PF (Polícia Federal) para assassinar o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, que na época era presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Ezequiel Ferreira Luis é foragido da Justiça, rompeu a tornozeleira eletrônica que usava e é considerado um dos símbolos do projeto de anistia aos presos do 8 de janeiro.

PROCURADO, ARMADO E PERIGOSO

Esse bandido, que possui rifle e pistola registrados, estava em liberdade provisória após ser condenado pelo STF a 14 anos de prisão por crimes como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e associação criminosa.

A ordem de prisão permanece em aberto e ele não foi mais encontrado desde que quebrou a tornozeleira.

Os parlamentares bolsonaristas têm utilizado a estratégia de humanizar os presos, expondo suas famílias para gerar empatia na sociedade.

APELO À ANISTIA AOS CRIMINOSOS

Recentemente, mulher com 6 filhos foi levada à Câmara dos Deputados para coletiva à imprensa, onde expressou as dificuldades, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou vídeo dela com as crianças.

Essa abordagem visa convencer a população de que as penas são injustas.

A defesa de Ezequiel, representada pela advogada Adrielle Lima, alega inocência do criminoso, e afirma que não há provas suficientes contra ele. Todavia, provas não faltam.

Os apoiadores do ex-presidente produziram fartas e evidentes provas cotra si. Se filmaram e há vídeos circulando pelas redes digitais. Há documentos, como a chamada “minuta do golpe”.

DEFESA FRACA E INCONSISTENTE

Segundo a defesa, Ezequiel teria ido a Brasília apenas para devolver carro alugado e acabou se envolvendo na manifestação sem intenção de participar ativamente da invasão ao Palácio do Planalto.

No entanto, a versão da PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) contradiz cabalmente essa narrativa, e afirma que ele foi preso dentro do Palácio, sede do governo federal, durante os atos de vandalismo e terror.

A situação de Ezequiel Ferreira Luis e a mobilização em torno da anistia refletem a polarização política no Brasil.

A estratégia de usar as famílias dos presos como parte da chamada narrativa busca sensibilizar a opinião pública, enquanto as autoridades continuam a investigar os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro.

PROJETO DE ANISTIA
A tática bolsonarista agora é tentar aprovar, no Congresso, projeto de lei que altera a Lei da Ficha Limpa, na parte que trata do período de inelegibilidade, de 8 para 2 anos.

Trata-se do PLP (Projeto de Lei Complementar) 141/23, em tramitação na Câmara dos Deputados. Foi apresentado pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS), um dos parlamentares bolsonaristas mais renitente. Leia matéria completa: Bolsonaristas tramam contra a Lei da Ficha Limpa para o “mito” fugir da inelegibilidade

AMEAÇA AO PRESIDENTE LULA

A PF realizou, nesta quarta-feira (12), operação contra suspeito de ameaçar atentado contra o presidente Lula (PT) durante viagem em Belém (PA), prevista para esta quinta-feira (13) e sexta-feira (14).

A PF identificou ameaças em rede social e pediu providências à Justiça Federal. Foi cumprido na manhã desta quinta-feira mandado de busca e apreensão contra o suspeito, que não teve o nome divulgado.

Também foram impostas medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de aproximação do investigado a locais onde a autoridade estiver presente.

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