“Os esperados investimentos em infraestrutura não se concretizaram”, diz SindusCon
Com uma queda de 2,5% no quarto trimestre de 2019, a construção civil que vinha de um terceiro trimestre com 1,7% de um crescimento, quebrando uma sequência de resultados negativos desde 2013, não conseguiu sustentar essa inversão de tendência e fechou o ano em 1,6%.
O resultado do quarto trimestre brecou rapidamente as expectativas de que o setor conseguiria engatar uma nova fase de crescimento. O tamanho da queda também reforçou o impacto.
Em sua carta mensal de conjuntura, o Sindicato da Construção Civil de São Paulo (SindusCon-SP), em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), considerou “uma frustração” o resultado do último trimestre.
Surpreendeu, manifestou na Maria Castelo, coordenadora de projetos do (Ibre/FGV) e especialista no setor.
A construção segue com resultados 30% abaixo do melhor índice que ocorreu no primeiro trimestre de 2014.
Os dados da construção civil foram divulgados na quarta-feira (4) dentro do conjunto das Contas Nacionais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 1,1%, menos do que os 1,3% registrados nos anos 2017 e 2018.
O comportamento da construção civil veio no contexto de uma forte queda de 3,3% no investimento no mesmo trimestre, que já vem baixo de longa data.
A construção é hoje o principal componente dos investimentos no país, com participação de 44%. Para Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, a construção civil foi a principal responsável pela queda do investimento no último trimestre do ano passado.
“Os esperados investimentos em infraestrutura não se concretizaram, as contratações do Minha Casa, Minha Vida diminuíram, e registraram-se poucas novas obras imobiliárias, à exceção de São Paulo e algumas outras capitais”, declarou Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do SindusCon-SP.
Para 2019 a entidade esperava crescimento de 2% no PIB do setor.