Após ter anunciado o nome de Gilberto Kassab como futuro secretário da Casa Civil, o governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), declarou que o processo de caixa dois em que o atual ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações é réu não deve “gerar problemas” à sua futura equipe de trabalho.
Anunciado na segunda-feira (5) como o primeiro nome a formar o secretariado do governo paulista a partir de 2019, Kassab virou réu em setembro por atos de improbidade administrativa, depois que a Justiça aceitou denúncia apresentada em 2017 pelo Ministério Público estadual de que ele recebeu R$ 21 milhões da Odebrecht, não declarados, para a campanha eleitoral de 2008 à Prefeitura de São Paulo.
Na decisão, o juiz José Gomes Jardim Neto, da 9ª Vara da Fazenda Pública, também determinou o bloqueio dos bens do ministro até o valor de R$ 21.251.676,00. Kassab, que também foi ministro das Cidades no governo Dilma Rousseff, ficará responsável pela articulação institucional e política na futura administração.
Indagado se o processo não traria constrangimentos ao futuro governo, Doria afirmou: “A nós, obviamente, isso não gera nenhum tipo de problema, ao contrário: ele demonstrou ao longo de sua trajetória como homem público, como presidente do PSD e apoiador de primeira hora da nossa candidatura, [como] um competente ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicação, toda a sua capacidade”.
“Não há juízo final”, alegou o governador eleito, tentando minimizar a questão judicial envolvendo o aliado e futuro secretário. Doria ainda elogiou o futuro chefe da Casa Civil, a quem chamou de “um dos melhores articuladores políticos do país”.