O ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo, disse que “há que se parar de chamar ‘fascistas” os “cidadãos de bem” que invadiram o Congresso Nacional dos Estados Unidos para tentar impedir a ratificação da vitória legítima de Joe Biden sobre Donald Trump.
Ernesto Araújo disse lamentar a invasão, mas deu razão aos bandos trumpistas que a fizeram.
“Há que reconhecer que grande parte do povo americano se sente agredida e traída por sua classe política e desconfia do processo eleitoral”, publicou em suas redes sociais.
“Nada justifica uma invasão como a ocorrida ontem. Mas ao mesmo tempo nada justifica, numa democracia, o desrespeito ao povo por parte das instituições ou daqueles que as controlam”, continuou.
O desrespeito por parte das instituições, no “raciocínio” de Ernesto Araújo, seriam as supostas fraudes que levaram Joe Biden à vitória e que comprovadamente não existiram.
Seu chefe, Jair Bolsonaro, foi o único governante no mundo todo que apoiou os invasores fascistas. Segundo ele, “[existe] muita denúncia de fraude. Quando eu falo isso, a imprensa diz: ‘Sem provas, presidente Bolsonaro diz que eleição foi fraudada’. Eu acredito que sim, eu acredito que foi [fraudada] descaradamente”.
Ernesto Araújo continuou sua publicação no Twitter questionando “por que razão a crítica a autoridades do Executivo deve considerar-se algo normal, mas a crítica a integrantes do Legislativo ou do Judiciário é enquadrada como atentado contra a democracia” e argumentando que os trumpistas não se manifestaram contra a democracia, mas apenas contra as eleições.
Araújo quer esconder o que todos viram. A horda que invadiu o Congresso dos EUA no desespero de barrar a ratificação da vitória de Biden era composta de supremacistas, nazistas e toda uma escória obscurantista.
Um nazista vestia uma camisa de moletom ostentando “Camp Auschwitz” sobre o crânio de uma caveira.
A deputada republicana Mary Miller, que participou da arenga de Trump antes da arruaça – que terminou com 5 mortos e causou estragos nos prédios do parlamento, esbravejou: “Hitler estava certo”, sendo aplaudida pelos trumpistas.
Muitos dos baderneiros carregavam bandeiras dos escravagistas confederados durante a invasão.
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