‘Apoiarei quem puder derrotar Bolsonaro’, afirma o ex-presidente da República
O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), comentou que “nunca vi coisa igual” à reunião de Bolsonaro com seus ministros tornada pública pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu não vou me referir aos palavrões, que já é uma coisa descabida em uma reunião desse sentido, mas a falta de rumo. Você não vê qual é o foco da reunião. Eu fiquei perplexo. Há uma desorganização mental”, afirmou em live promovida pelo site JOTA.
“As pessoas querem que eles nos conduzam para algum lugar. Qual é o caminho? Para onde nós vamos? Todo mundo fica perplexo”, declarou.
FHC disse que nas eleições de 2022 apoiará o candidato que tiver mais chances de ganhar de Jair Bolsonaro, que pode ou não ser do seu partido, o PSDB.
“Depois das eleições municipais – que aí começa o jogo da sucessão presidencial -, eu tenderei a apoiar aquele que expresse a possibilidade de ganhar contra quem eu considero fazer tanta política errada, como o atual presidente”, afirmou.
“Não estou limitando ao meu partido (PSDB). Prefiro, mas chega uma hora que é preciso pensar no país. Acho um erro você ficar insistindo na parcialidade quando você tem uma facção que pode se tornar majoritária outra vez e é negativa”, afirmou.
O ex-presidente afirmou que “o aspecto mais grave aqui no Brasil é que o primeiro impulso dos que mandam não é uma visão de direita, é uma visão atrasada. Não reconhecem a ciência”. Ele citou o exemplo dos terraplanistas, como o próprio guru de Bolsonaro, o astrólogo Olavo de Carvalho, que disse ter dúvidas se a Terra é redonda.
Para FHC, a tentativa de uso das Forças Armadas por Bolsonaro é negativo. “É ruim para as Forças Armadas e é ruim para todos nós”, avaliou.
“Os governos quando são frágeis apelam para o símbolo da força. Não é um sinal de fortaleza você botar [nos governos] os militares, é de fraqueza”.