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Para o general da reserva Augusto Heleno, a participação de Jair Bolsonaro no caso do motorista Fabrício Queiroz é “irrisória”.
Ele admite que houve irregularidade, ‘mas foi pequena”, segundo o general.
“O presidente tá isento disso aí porque não teve participação. O que apareceu dele é irrisório, uma quantia pequena, e ele mesmo já explicou. Acredito que não vá atingi-lo”, disse o futuro ministro da Segurança Institucional.
Há uma semana, o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) identificou uma “movimentação atípica” nas contas de Fabrício Queiroz, motorista do deputado Flávio Bolsonaro, lotado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Segundo o relatório, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, Fabrício movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta bancária. Além de receber depósitos de nove funcionários do gabinete de Flávio em dias próximos a saques de valores correspondentes, houve um depósito direto de R$ 24 mil da conta de Fabrício para a esposa de Bolsonaro, Michele.
Heleno disse, em entrevista concedida ao programa “Conversa com Bial” transmitido nesta terça (13), estar aguardando os acontecimentos. “Vamos esperar os participantes principais, que não apareceram ainda, dizerem o porquê disso”. De fato, desde que o caso veio a público, o motorista sumiu e não abriu a boca. “Os responsáveis vão ter que assumir a culpa. Se houver alguma penalidade, vão ter que ser submetidos a essa penalidade”, disse o general.
Segundo o próprio Bolsonaro, o depósito de R$ 24 mil para sua esposa é contrapartida a R$ 40 mil que diz ter emprestado ao motorista.
O motorista de Flávio Bolsonaro fez 176 saques em dinheiro vivo em 2016.
O general ironizou a ação do Coaf. “Fico muito feliz que o Coaf tenha se manifestado, porque ficou em silêncio durante muitos anos, né? Tomara que ele seja mais ativo, que não deixe sair bilhões de dólares do país sem ninguém saber”, disse.
Jair Bolsonaro e Fabrício Queiroz serviram juntos no 8º Grupo de Artilharia da Campanha Paraquedista, em 1984, e desde então mantém muita proximidade. Além do convívio em pescarias e festanças, a família de Queiroz tinha cargos tanto no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) quanto no de Jair Bolsonaro em Brasília.
Mais especificamente, a esposa e duas filhas de Fabrício Queiroz foram empregadas pela família Bolsonaro. Em alguns momentos, no mesmo dia em que uma das filhas, Nathalia, foi demitida do gabinete de Flávio, outra, Evelyn entrou em seu lugar. Nathalia passou a atuar no gabinete de Jair Bolsonaro quase que imediatamente.
As filhas, assim como outros nove funcionários do gabinete de Flávio, depositavam sistematicamente na conta de Fabrício Queiroz, que fazia saques assim que os recebia.
Queiroz recolhia de 9 e depositava para a esposa de Bolsonaro
Movimentações de Queiroz eram sincronizadas com depósitos de funcionários