![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2019/04/alberto-goldman.jpg)
O ex-deputado, ex-governador de São Paulo e ex-ministro de Estado de Itamar Franco, Alberto Goldman, condenou, nesta quarta-feira (03), em sua rede social, as afirmações feitas pelo Ministro das Relações Exteriores de Bolsonaro, Ernesto Araújo, sobre o nazismo. Na esteira de outras idiotices, Araújo afirmou, durante viagem a Israel, que “o nazismo de Hitler foi um movimento de esquerda”.
“As famílias dos meus pais foram dizimadas pelos nazistas na Polônia. Meus pais eram de esquerda e sobreviveram porque vieram para o Brasil antes da guerra. Por isso eu, meus filhos e netos existimos. Temos um chanceler que não é digno do oxigênio que respira. Ele me enoja”, respondeu Alberto Goldman.
Bolsonaro, por sua vez, saiu repetindo, quem sabe por influência de Ernesto Araújo – ou vice-versa – a besteira sobre o nazismo que provocou escárnio pelo mundo afora.
Goldman criticou também a outra intenção de Bolsonaro de comemorar o golpe de 1964. “Jair Bolsonaro tentou comemorar o dia 31 de março, dia daquele golpe militar, como o dia em que o Brasil teria sido libertado, segundo ele, do perigo do comunismo. Aquilo lá foi um simples golpe militar para atender aos interesses dos grandes proprietários que estavam assombrados e preocupados com eventuais reformas mais profundas que deveriam ser feitas”, disse ele.
Goldman lembrou que “o 31 de março de 1964 foi um golpe militar com apoio de alguns setores civis, mas não foi com o apoio da maioria da população. A maioria da população não se manifestou a favor daquele movimento”. “O povo foi pego de surpresa com aquela movimentação dos militares, com a vinda imediata de um triunvirato de chefes das FFAA que tomaram o poder e depois fizeram uma votação indireta no Congresso após as cassações de muitos deputados e senadores”, denunciou.
“Eles governavam não pelo Congresso, que mesmo que estivesse aberto não contava com grandes figuras que foram cassadas e perseguidas. O processo acabou se agravando no final da década de 1960 com o AI5 que abriu ainda mais o processo de cassação de intelectuais, jornalistas, professores e de pessoas de toda espécie”, prosseguiu o tucano.
“Não adianta esconder o sol com a peneira, essa é a realidade. Nós tivemos sim uma ditadura militar, uma ditadura bastante violenta em vários momentos, com muita gente morrendo, muita gente sendo torturada, muita gente sendo excluída da vida pública e muita gente sendo excluída da própria vida. Então não há o que ficar comemorando”, completou Alberto Goldman.
Leia mais