A candidata à Presidência da República, Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, defendeu a revisão da emenda constitucional que engessa por 20 anos os investimentos públicos. A emenda de Temer e de Henrique Meirelles foi aprovada no ano passado.
Para Marina, os serviços públicos vão se deteriorar gravemente se essa emenda não for derrubada. “Nós vamos discutir para que o Brasil não tenha que ficar com a educação que tem, a saúde que tem, a menos que você advogue para que ela continue do mesmo jeito. Os brasileiros não querem que o orçamento público não invista mais em educação, saúde e segurança pública por 20 anos”, enfatizou Marina Silva .
Segundo a candidata, “ter responsabilidade fiscal não significa que isso tenha que ser feito com prejuízo à vida dos brasileiros na dimensão em que estão propondo”.
A ex-ministra afirmou que o ensino superior e o ensino básico devem estar integrados, fazerem parte do mesmo sistema. “Quem coloca essas pessoas para darem boas aulas são as universidades. Se elas não estão devidamente integradas no tripé da formação, da pesquisa e da extensão, a gente vai ter o processo empobrecido”, ressaltou.
“A gente precisa criar uma equação onde haja um processo de retroalimentação entre a base da pirâmide e o topo, que é quando se chega ao ensino superior”, acrescentou.
Marina Silva deu destaque à qualidade da formação dos professores. “Obviamente, nós vamos ter que trabalhar a qualidade, uma boa parte dos problemas que temos hoje na formação dos professores tem a ver com as políticas, de escolas que foram virando verdadeiras indústrias sem a devida qualidade em prejuízo da formação dos que mais necessitam”, concluiu.
Marina participou da série de diálogos com os presidenciáveis promovido pelo Movimento Todos Pela Educação, organização suprapartidária e sem fins lucrativos. O evento vai até esta quarta-feira (15). A série de diálogos teve início na última sexta-feira (10), na capital paulista, com o candidato Ciro Gomes (PDT). Na ocasião, Ciro criticou o sistema atual de ensino, que, na sua opinião leva à chamada “decoreba” e listou as medidas que considera essenciais para aperfeiçoar o sistema educacional no país. “[O formato atual] faz com que a escola seja muito ‘careta’, com pouca capacidade de reter, atrair o aluno, e isso vai se agravando na proporção com que a idade sobe”, disse.