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Luiz Marinho disse em entrevista que política do BC “é uma imbecilidade”
O Brasil criou 137.303 empregos formais em janeiro de 2025, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, nesta quarta-feira (26). O resultado decorreu de 2.271.611 admissões e de 2.134.308 desligamentos e ficou menor em 20,7% na comparação com janeiro do ano passado, quando foram criados 173.233.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em coletiva, disse que estranhou a reação do “mercado” e seus porta-vozes na mídia de que o emprego está bombando. Por isso, o Banco Central tem que aumentar os juros para conter a inflação e frear a economia. Para o ministro, “isso é uma imbecilidade”.
Marinho frisou que o resultado de janeiro “foi menor do que o do ano passado, e o número é menor, inclusive, ao que correspondeu às demissões de dezembro, acredito que pelo impacto do aumento de juros”. “Aumento de juros inibe investimentos e estrangula o orçamento da União, estados e municípios. O mercado pede mais aumento de juros. Se o Banco Central entrar nessa do mercado, vai inibir o investimento, inibir o crescimento da economia. Isso é uma imbecilidade”, afirmou.
QUEDA DE 20.7%
O resultado positivo de janeiro não reverte a perda de postos formais em dezembro de 2024, quando foram eliminados 546.624 mil empregos. O resultado também remete a uma desaceleração na geração de vagas quando comparado com o mesmo mês de 2024. Em janeiro do ano passado, o Brasil havia gerado 173.233 postos de trabalho com carteira assinada. Ou seja, de um ano para o outro houve uma redução de 20,7% (menos 35.930 postos) na geração de vagas de trabalho com carteira assinada.
Como pontuou o ministro, o ritmo da geração de empregos no país está sendo afetado diretamente pelas restrições ao consumo e aos investimentos em setores chaves da economia, causadas pela elevada taxa de juros (Selic) do Banco Central (BC), que hoje está em 13,75% ao ano, o maior juro real (descontada a inflação) do planeta.
Conforme o Caged, a indústria (+70.428 mil postos) foi o setor que mais criou empregos no mês passado, seguido por serviços (+45.165 mil), construção (+ 38.373 mil) e a agropecuária (+35.754 mil). Por outra via, o setor de comércio registrou saldo negativo, com -52.417 mil demissões no mês.
Em janeiro, ao todo, o Brasil contabilizou 47.341.293 vínculos de trabalho com carteira assinada, o que representa uma variação de alta de 0,29% em relação ao estoque do mês anterior.
No acumulado dos últimos 12 meses até janeiro de 2025, foram abertas 1.650.785 vagas, saldo resultante de 25.743.968 admissões e 24.093.183 desligamentos. O resultado corresponde a uma alta de 6,8% em relação ao que foi registrado no período de fevereiro de 2023 a janeiro de 2024.
SaláriosO salário médio real na contratação, em janeiro, foi de R$ 2.251,33, sendo maior que o registrado em dezembro de 2024 (R$ 2.162,32). Já o salário médio de demissão ficou em R$ 2.265,01 em janeiro, contra R$ 2.289,58 registrados no mês anterior.