
O vereador Gilberto Natalini (PV) criticou o aumento concedido ao prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), o vice-prefeito e seus secretários a partir de 2021.
“É inoportuno, fora de hora. O prefeito pode suportar, assim como a população suporta a crise da pandemia sem aumento. Assim como o prefeito, todo o funcionalismo público merece. Não faz sentido 46% numa tacada só”, criticou o vereador Gilberto Natalini (PV).
Na quarta-feira (23), a Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou o aumento de 46,6%, em média, dos salários do prefeito, do vice e dos secretários da capital paulista. Foram 34 votos a favor, 17 contra e uma abstenção. O projeto foi sancionado pelo prefeito Bruno Covas nesta quinta-feira (24).
O salário atual do prefeito, que é de R$ 24.175,00 passará a R$ 35.462,00 – um aumento de + 46,6%. A remuneração do vice-prefeito, que é de R$ 21.700,00, subirá para R$ 31.900,00. Já o dos secretários também receberão aumento: de R$ 19.300,00 para R$ 30.100, uma alta de 55,95%.
A Prefeitura enviou à Câmara um estudo afirmando que esse efeito cascata trará, em 2022, um impacto de R$ 78 milhões ao orçamento da cidade. O cálculo considera que a cidade teria apenas 42 pessoas que recebem R$ 24,1 mil e passariam para R$ 35,4 mil. Um estudo paralelo, elaborado pelo gabinete do vereador José Police Neto (PSD), estimou que seriam 1,873 os servidores ativos e inativos que recebem R$ 24,1 mil. Contando com os servidores também da Câmara e do Tribunal de Contas do Município (TCM), o valor seria de quase R$ 500 milhões.
Em nota, a Câmara de Vereadores informou que o projeto de lei votado trata da correção dos subsídios “do prefeito, vice-prefeito e secretários em patamar abaixo da inflação acumulada no período” dos últimos oito anos.
“Desde a última correção, em 2012, a inflação acumulada chega a 63,11% pelo IPCA e 100,41% pelo IGP. Importante ressaltar ainda que a correção valerá apenas a partir de janeiro de 2022”, disse a Câmara em nota.