A morte do voluntário que participava dos testes da vacina CoronaVac foi causada por suicídio. A informação foi divulgada nesta terça-feira (10), após Jair Bolsonaro comemorar o óbito e o erro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária na suspensão dos estudos.
Segundo confirmou o Instituto Butantan, a morte não possui qualquer relação com o imunizante contra o coronavírus.
O suícidio ocorrido em 29 de outubro foi atestado pelo Instituto Médico Legal, responsável pelo laudo médico que indicou a causa da morte do voluntário.
O Butantan informou a ocorrência à Anvisa no dia 6 de novembro, dentro do prazo legal estabelecido. No dia 9, a agência usou este óbito para justificar a suspensão do estudo do imunizante.
Segundo Bolsonaro, graças ao suicídio de uma pessoa, ele “ganhou” uma disputa contra o povo brasileiro e contra a ciência.
Nas redes sociais, Bolsonaro chegou a associar a CoronaVac a “morte, invalidez, anomalia”.
Sem qualquer pudor, Bolsonaro tentou transformar a vacina num objeto de disputa política contra o governador de São Paulo, João Doria, ao custo da vida de milhares de brasileiros e da perpetuação desta pandemia que assola nosso país.
“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, publicou Bolsonaro no Facebook.
O assassino Bolsonaro comemora a interrupção do estudo de um imunizante que pode livrar o Brasil e o mundo desta pandemia. Em seu completo descaso com o povo, ele diz que essa “Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”.
Mais cedo, em coletiva de imprensa o diretor do Instituto Butatan, Dimas Covas, já havia afirmado que era “impossível que o evento adverso apresentado pelo voluntário da CoronaVac tenha relação com a vacina” e que a Anvisa teve acesso a essa informação.
O diretor do Butantan disse também que não pode dar detalhes sobre o caso por conta das regras de sigilo, mas reforçou que o que aconteceu com o voluntário não era motivo para interrupção do estudo que está na fase 3 de testes.
“O que não é normal é transformar um fato normal em algo anormal. Isso causa dor, causa insegurança em quem já recebeu a vacina e dificuldade naqueles que querem ser submetidos ao estudo, que estão na fila para receber a vacina”, afirmou o diretor do Instituto Butantan.
Covas ainda disse que foi avisado sobre a interrupção do estudo por e-mail e 20 minutos depois a decisão da Anvisa já estava sendo noticiada. “Não seria mais justo, mais ético, mais compreensível marcar uma reunião para discutir isso?”, questionou.
Membros do governo de São Paulo também reforçaram que o efeito adverso não teve relação com a vacina. “Se vocês pudessem saber de todos os detalhes, saberiam o quão injusto estão sendo essa suspensão”, disse. “Enquanto todos estão correndo e fazendo o possível para que tenhamos a vacina disponível algumas pessoas apostam no contrário”, afirmou João Gabbardo secretário-executivo do comitê de contenção do coronavírus de São Paulo.
Gabbardo, que fez parte do Ministério da Saúde na gestão de Luiz Henrique Mandetta, chamou atenção para o fato de a decisão da Anvisa ter sido anunciada no mesmo dia em que o governo paulista de João Doria (PSDB) anunciou a previsão para o dia 20 de novembro da chegada das 120 mil primeiras doses da CoronaVac ao Brasil.
“Algumas pessoas festejam o fato de ter aparecido um óbito e ter criado uma confusão para tentar desmoralizar uma vacina que está sendo fabricada e produzida pelo Butantan e pelo laboratório da China. É uma injustiça por ser um evento absolutamente desconectado da vacina”, disse se referindo ao comentário que Bolsonaro fez nas redes sociais, nesta terça-feira.
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Bolsonaro é uma pessoa muito má não consigo entender o apoio de alguns evangélicos, certamente apenas vivem parte do tempo com a Bíblia debaixo do braço, pois se lessem jamais apoiariam uma pessoa tão nojenta como o Bolsonaro.