
A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), disse que o bolsonarismo, enquanto força política conservadora e de extrema-direita, “continua vivo” e deve ser combatido com uma frente ampla nas eleições municipais de 2024.
O bolsonarismo continua disputando a sociedade brasileira, apesar da derrota de Jair Bolsonaro em 2022 e de sua inelegibilidade por condenação no Tribunal Superior Eleitoral, avalia a ex-senadora.
“Se depender de mim, Bolsonaro está morto politicamente. Mas eu tenho convicção, porque sou realista e faço política há muito tempo, de que não são quatro anos que derrubam uma ideia”, afirmou Tebet em entrevista à GloboNews.
“O bolsonarismo está vivo e representa uma ideia, convicções e pensamentos de uma parte da população brasileira. Não estamos falando só da extrema-direita, mas também de uma direita muito conservadora”, continuou.
Simone Tebet foi senadora pelo Mato Grosso do Sul e disputou as eleições presidenciais de 2022 pelo MDB, ficando em terceiro lugar. No segundo turno, ela se somou à campanha de Lula e foi decisiva para a vitória.
Tebet apontou que as eleições municipais de 2024 serão decisivas para o cenário político no qual serão realizadas as eleições presidenciais de 2026.
Ela disse que já está conversando com o presidente do MDB, Baleia Rossi, para que o partido trace uma estratégia, junto com outros partidos do “centro democrático”, para disputar as Prefeituras.
“Nós não podemos dormir no ponto. Em nome do Brasil, da democracia e do povo brasileiro, não podemos dormir no ponto”, alertou.
Simone Tebet defendeu que “os partidos do centro democrático e dessa frente ampla que apoia o governo do presidente Lula” devem “sentar na mesa, já no primeiro turno, nas cidades consideradas de porte médio, que não tem segundo turno, para dizer qual partido já tem condições condições de ganhar”.
A legislação eleitoral define que somente municípios com mais de 200 mil eleitores têm disputa de segundo turno. Em 2020, apenas 96 cidades estavam nesse patamar.
Tebet destacou que, nos municípios onde não há segundo turno, a fragmentação da frente ampla em diversos candidatos pode acarretar na vitória de um bolsonarista.
“Nos municípios onde não tem segundo turno, um candidato da extrema-direita que tiver 25% leva a eleição. Se somarmos a quantidade de municípios médios no Brasil, eleitoralmente é significativo”, comentou.
Para ela, “o embate de 2026 começa em 2024. Da minha parte, estarei defendendo as ideias dessa frente ampla”.
A ministra está discutindo dentro de seu partido “como vamos enfrentar em 2026 essa sombra da extrema-direita, esse conservadorismo reacionário que ainda persiste como uma sombra no Brasil”.