A ex-senadora e ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), apontou que a taxa básica de juros de 13,75% mantida pelo Banco Central “inviabiliza o crescimento do Brasil” e pode matar o país “por inanição”.
“Os juros a 13,75% e os juros reais [quando é descontada a inflação] a 10% são o maior do mundo, então há alguma coisa de muito errada no Brasil”, afirmou a ministra.
Com a queda da inflação, chegando em junho a 3,16%, os juros reais estão crescendo a cada dia. Hoje, os juros reais estão em 10,59%.
“Isso inviabiliza o crescimento do Brasil, não é a máquina pública que para, o Brasil para, a indústria para, o comércio não consegue vender, ele não consegue contratar”, disse Simone Tebet em entrevista à Rádio CBN.
“A alta taxa de juros está sufocando e pode matar o Brasil por inanição. Diante desse quadro, não consigo ver outra alternativa do Copom do que não abaixar os juros”, completou.
Em 2022, Simone Tebet foi candidata à Presidência da República pelo MDB e terminou a disputa em terceiro lugar.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado para o cargo por Jair Bolsonaro, tem contrariado os pedidos feitos por diversos setores da sociedade para que os juros sejam diminuídos.
Desde agosto de 2022 os juros são mantidos por Campos Neto e demais diretores do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC em 13,75%.
O presidente Lula também tem criticado publicamente a taxa de juros definida por Campos Neto. “A inflação está caindo e logo, logo vai começar a cair a taxa de juros, porque o presidente do Banco Central [Roberto Campos Neto] é teimoso, é tinhoso, mas não tem mais explicação”, falou.
Pedidos de exoneração de Campos Neto, baseados na lei da autonomia do Banco Central, já foram apresentados ao Senado Federal e ao Conselho Monetário Nacional (CNM).