Manifestantes voltaram a tomar a frente do Tribunal de Sentenças de Assunção e marchar pelas ruas da capital paraguaia, no último sábado, para exigir a imediata libertação dos camponeses presos políticos de Marina Kue, em Curuguaty.
No dia 15 de junho de 2012, franco-atiradores assassinaram 11 camponeses e seis policiais, forçando um “confronto” entre os 324 militares que invadiram o acampamento e cerca de 60 trabalhadores rurais, entre eles idosos, mulheres e crianças. O sangrento resultado pôs fim apenas uma semana depois ao governo do presidente Fernando Lugo.
Ao assumir o golpista Federico Franco, o nome que encabeçou a lista ministerial foi exatamente o do advogado Carmelo Caballero, conhecido por sua intimidade e identidade com os latifundiários e seus crimes. Assim, a recente divulgação de escutas que vinculam – e comprometem o então ministro do Interior – deu novo gás à campanha dos movimentos sociais pela libertação dos camponeses, pois torna ainda mais evidente a manipulação realizada pelo governo, sua “justiça” e sua mídia.
Conforme recorda o Coletivo pela Anulação, já, Caballero estava responsável pela filmagem do helicóptero da polícia que sobrevoou e registrou toda a movimentação ocorrida em Curuguaty antes, durante e depois da carnificina, desaparecendo com as provas e incriminando justamente as vítimas.
Condenados com penas de ate 35 anos de prisão, Rubén Villalba, Nestor Castro, Luis Olmedo, Arnaldo Quintana, Dolores López, Lúcia Aguero e Fany Olmedo estão encarcerados desde então.