A produção industrial brasileira segue estagnada em fevereiro. Após cair 2,2% em janeiro, a produção do setor registrou 0,2% em fevereiro, praticamente ZERO, já descontado os efeitos sazonais ((o que é típico de determinado período, como Natal, Páscoa, Dia dos Pais), e está 15,1% abaixo do pico histórico verificado em maio de 2011. O resultado de fevereiro ficou aquém do esperado pelos analistas de plantão, de 0,6%.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na terça-feira (03), que revisou de -2,4% para -2,2% a queda de janeiro. O resultado de fevereiro ficou aquém do esperado pelos analistas de plantão, de 0,6%.
Segundo o IBGE, a indústria ainda está longe de recuperar as perdas registradas nos três anos de recessão. “São cerca de 13 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho. A gente não pode dissociar um incremento maior da produção, um maior nível de utilização da capacidade instalada em nosso parque de produção se não tiver uma incorporação das pessoas no que se refere ao consumo”, destacou André Macedo do IBGE, ao divulgar a pesquisa. Dos 26 setores pesquisados pelo IBGE, apenas 14 tiveram variação positiva.
“O quadro também não é favorável se considerarmos os macrossetores industriais”, registrou o IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), que considerou o resultado do mês “fraco”, com a indústria “praticamente estagnada”: Bens intermediários (-0,7) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,6%) registraram perda de produção frente a janeiro, enquanto os Bens de Capital ficaram praticamente em zero (+0,1%). O setor de Bens de Consumo Duráveis ficou em (1,7%), fruto de um aumento da produção de televisores em vista da Copa do Mundo.
Para Macedo, “esse crescimento já era esperado, porque, tradicionalmente, há uma produção expressiva de TVs nos três meses anteriores à Copa do Mundo”.
Ao analisar a média móvel trimestral, o IEDI destacou que o grupo de Bens de Consumo Duráveis, categoria que engloba, além dos televisores, aparelhos de som, entre outros do chamado eletroeletrônicos da linha marrom, “registra uma perda na produção de 19%, livre de efeito sazonal, se compararmos o trimestre dez/17-fev/18 com o último trimestre de 2013, isto é, antes da crise industrial se revelar”. Assim como a produção de Bens de Capital, que também está 29% abaixo do quarto trimestre de 2013.
Por mais otimista que o governo queira parecer, com a “recuperação da economia”, as variações verificadas na produção industrial em 2017 estão muito próximas de ZERO.
Sem investimentos públicos, com os juros reais nas alturas, desemprego e sem proteção ao trabalho, a indústria vai continuar patinando, sem ter para quem vender seus produtos no mercado interno.