O presidente da Petrobrás, Pedro Parente não esperou nem mesmo o desbloqueio do conjunto das estradas brasileiras – após uma histórica greve contra o preço extorsivo do diesel, para dar continuidade à política de elevação dos preços dos combustíveis. Em uma nova afronta de Parente, a partir da quinta-feira (31) o preço da gasolina nas refinarias subirá 0,74% e passará a ser de R$ 1,9671 por litro.
Somente neste mês de maio, o preço do combustível nas refinarias da Petrobras acumulou alta de 9,42%.
A imprensa apoiadora da política de Parente se esforça para divulgar o novo aumento dizendo que o governo elevou o preço da gasolina agora, após cinco quedas consecutivas. O que eles não falam é que essas cinco reduções aconteceram em sete dias, entre 22 e 29 de maio e que antes delas houve, ainda dentro do mês de maio, 13 aumentos seguidos.
A política de preços da Petrobrás no governo Temer (PMDB) eleva o preço da gasolina quase diariamente. Desde que foi implantada, em três de julho do ano passado, o preço da gasolina aumentou 59,50%, para uma inflação, pelo IPCA, de 2,68%.
Como já publicamos aqui na Hora do Povo, Parente justifica esse aumento estrondoso nos preços afirmando que “a gasolina e o diesel são commodities, logo são atrelados ao dólar”.
Na terça passada, ainda no início da mobilização dos caminhoneiros, em menos de 24h, Parente anunciou uma redução de 1,54% no preço do diesel e 2,08% no preço da gasolina. Ou seja, a política de preços de Parente não passa de uma política de pilhagem, somente para beneficiar multinacionais e acionistas estrangeiros da Petrobrás
O que Parente está fazendo é beneficiar as multinacionais, que estão importando gasolina e diesel, para lucrar com os altos preços internos. O preço médio da gasolina nas refinarias da Petrobrás está, em média, 22,1% acima da referência internacional, que é o preço no Golfo do México (dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura, CBIE).
Portanto, as multinacionais estão aumentando seus ganhos com a importação de diesel e de gasolina – sem nenhuma necessidade para o país, pelo contrário, com prejuízo para o país – porque os preços altos internos, estabelecidos por Parente, têm como consequência uma margem de lucro absurda.
PRESERVAR
O governo, que não mede esforços para agradar as multinacionais, achou necessário emitir uma nota oficial afirmando que a política de preços – e, portanto, de roubo, perpetrada por Parente está mantida. Mesmo com o acordo para o congelamento do diesel por 60 dias, o preço da gasolina seguirá desta forma.
“As medidas anunciadas pelo governo para garantir a previsibilidade do preço do óleo diesel, que teve seu valor reduzido ao consumidor, preservaram, como continuaremos a preservar, a política de preços da Petrobras”, disse a nota emitida pelo Planalto.
O diretor de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão da Petrobras, Nelson Silva, reiterou nesta quarta-feira, 30, em discurso durante o Fórum de Investimentos do Brasil 2018 o que disse Parente e Temer. “A nossa independência, no sentido de definir o que é a melhor política de preços para a companhia, está preservada”, disse o bajulador.
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