O presidente da Petrobrás, Pedro Parente, anunciou na quarta-feira (18) a redução de 5% do preço do botijão de gás de cozinha e que os reajustes passam a ser trimestrais e não mais mensais.
A decisão de Parente, após elevar o preço do botijão de gás residencial de 13 kg em cerca de 70% em apenas sete meses, é “puramente empresarial”, disse em coletiva de imprensa na quinta-feira (18).
Como “puramente comercial” é a forma como ele vem tratando a maior estatal brasileira, com a entrega do pré-sal às multinacionais, a privatização da BR Distribuidora, Liquigás, gasodutos, entre outros ativos, patrimônios do povo brasileiro.
Nesse período de sete meses a inflação medida pelo IPCA foi de 1,49%, o que demonstra que além dos reajustes terem sido absurdamente alto, em relação a inflação do período, a mudança anunciada, não muda a política de preços submissa ao cartel dos monopólios das petroleiras, apenas modifica sua implementação, no caso dos preços do botijão de 13 quilos.
Esta previsto um mecanismo que se os reajustes não forem repassados integralmente, as diferenças dentro de um ano serão reajustadas pela Selic (taxa de juros básicas) e compensados aos preços praticados no próximo período.
A política de preços vinculado a preços internacionais foi implantada para viabilizar a importação, especialmente gasolina e diesel, pela Shell , Ipiranga e outras distribuidoras, pois impõe à Petrobrás comercializar com a mesma referência de preços.
Dessa maneira favorece as empresas concorrentes, visto que teria condições de concorrer com melhores preços e ao invés de ceder mercado para as concorrentes, como faz agora, ampliar sua participação de mercado.
Além disso, essa política de Parente, tem ainda o objetivo de “rifar” a expansão das refinarias da Petrobrás, preparando o terreno para privatizá-las.
Por último, é um escárnio o Sr. Parente dizer que essa pífia redução de 5% teria a preocupação da tornar o produto mais acessível para a população de baixa renda, depois de ter elevado o preço do botijão seis vezes em cinco meses. O botijão de gás de cozinha é um produto de primeira necessidade para as famílias, principalmente as mais carentes, que hoje já amargam as altas tarifas de energia elétrica, o desemprego e a queda na renda.