A oferta pública de ações da BR Distribuidora foi, por fim, protocolada pela atual direção da Petrobrás. O processo de privatização da subsidiária de distribuição de combustíveis da companhia estatal, iniciada ainda no governo Dilma e oficialmente anunciada em junho do ano passado, se dará por meio da distribuição secundária de ações, que vai alienar até 40% da participação detida hoje pela Petrobrás.
O negócio representa – além de um crime contra o patrimônio público – mais um passo para a desintegração completa da Petrobrás, cujo modelo de integração “do poço ao posto” garante um dos processos mais modernos e exemplares de todo o mundo.
A decisão de fatiar a Petrobrás foi camuflada por um programa de “desinvestimento”, lançado em 2012 pela então presidente da estatal Graça Foster, que na prática significa a privatização de um dos maiores patrimônio do povo brasileiro.
Pedro Parente, atual presidente da Petrobrás, visa levantar US$ 21 bilhões com vendas de ativos até 2018. Isso quer dizer transferir para as multinacionais do petróleo poços e jazidas já descobertas do pré e pós-sal, usinas e outras subsidiárias – ou seja, passando por todo o processo de produção de petróleo até ele virar combustível.
A BR Distribuidora é a maior abastecedora do mercado nacional, garantidora de lucros e imagem da Petrobrás perante a população, com uma rede de postos de mais de 7.500 unidades.
O “roadshow” para oferecer as ações da BR começou na quarta-feira (22) e vai até 13 de dezembro, contando com o empenho não só da direção da Petrobrás, como de ministros do governo Temer pessoalmente. A ideia é que sejam arrecadados R$ 4,85 bilhões com a venda das ações da BR, sendo que em posse dos brasileiros, os lucros e os benefícios da BR integrada à Petrobrás são infinitamente maiores.
PRISCILA CASALE