Afastamento do presidente da Coreia do Sul, que tentou dar um golpe através de lei marcial, foi por 204 a favor e 85 contra
Uma multidão que acompanhava a votação diante do parlamento sul-coreano explodiu em celebração quando foi anunciado o resultado da votação, aprovando o impeachment do presidente que tentara suprimir a ordem democrática do país com a imposição de uma lei marcial.
Eram necessários 200 votos, dois terços do parlamento sul-coreano, para a aprovação do afastamento do presidente, e foram 204 a favor, 85 contra e 8 abstenções. A votação foi por voto secreto e todos os 300 deputados votaram.
Com a aprovação do impeachment, Yoon é automaticamente afastado da Presidência e o afastamento definitivo é decidido pela Corte Constitucional, que tem 180 dias para deliberar.
O primeiro-ministro Han Duck-soo assume o cargo de presidente, declarando que “fará todos os esforços para manter a estabilidade e a governança” do país.
O presidente afastado foi um dos mais submissos aos Estados Unidos entre os sul-coreanos, tendo adotado uma postura hostil à vizinha República Democrática da Coreia, fazendo tratativas com a Casa Branca para armar ainda mais o sul da Península.
Apesar da esmagadora votação e de, nas pesquisas, ter apenas 11% de aprovação, Yoon manteve a arrogância que o caracterizou durante todo o seu mandato, afirmando que vai lutar para voltar ao cargo “até o fim”.
A primeira votação pelo impeachment não obteve os 200 votos necessários porque os deputados de seu partido decidiram rejeitar a moção. Nesta segunda vez uma parte dos parlamentares do partido do presidente, o Partido do Poder do Povo, votou pelo impeachment.
Em necessários 8 votos do PPP para que o impeachment fosse aprovado e sete deles já haviam declarado voto pelo afastamento, pelo resultado final, houve a decisão de tirar Yoon por 12 deputados de seu partido.
Antes da votação, o presidente do parlamento, deputado Woo Won-shik, alertou os demais que “estamos diante do peso da história”.
Park Chan-dae, o líder do maior partido de oposição, Partido Democrático da Coreia, incentivou os demais parlamentares declarando que “Yoon foi o detonador da tentativa de golpe”.
Ele acrescentou, no seu pronunciamento antes do voto, que “o impeachment é o único caminho para preservar a Constituição da Coreia do Sul”.