O WikiLeaks repudiou nova investida contra o principal portal independente do mundo de denúncia dos crimes imperiais e da corrupção dos monopólios, agora por parte do Comitê Nacional do Partido Democrata (DNC), o que ocorre em paralelo às pressões para prender e extraditar seu líder asilado na embaixada do Equador, Julian Assange, e denunciou que isso é uma tentativa de intimidação, censura e transformação da 1ª Emenda – que garante a liberdade de expressão – em “uma casca vazia”.
Tudo com o objetivo de blindar Hillary Clinton – a inepta e desonesta candidata que facilitou ao extremo a ascensão de Trump – e esconder a manipulação realizada a seu favor contra a candidatura presidencial de Bernie Sanders.
Conforme o WikiLeaks, não há qualquer outro sentido por detrás do processo judicial contra Portal. O acolhimento por parte da Justiça deste monumental ataque, alertaram os editores do portal, teria um efeito desastroso sobre a liberdade de imprensa e abriria as portas para o julgamento de toda e qualquer organização de mídia que ousasse falar a verdade.
O WikiLeaks reafirmou o direito de publicar “informações verdadeiras de interesse público” – como a dos e-mails de campanha. Sem o direito à liberdade de expressão, sublinhou o WikiLeaks, “tudo o que restaria seria uma casca da Primeira Emenda”, com “uma mídia autocensurada, intimidada pelo medo de ações judiciais destinadas a privar o público de seu direito à informação sobre figuras públicas e entidades poderosas”.
Qual é a dúvida de que a informação de que a direção nacional democrata interferiu e fraudou as primárias para assegurar a nomeação de Hillary seja de “interesse público”? Que Bernie Sanders foi acintosamente garfado? Talvez não fosse de interesse da Fundação Clinton nem dos bancos que pagavam fortunas pela prosa shakespeariana de Hillary, mas do público, lá isso era.
Que era uma interferência espúria em um processo eleitoral, é evidente. Tanto assim que a presidente do comitê nacional democrata teve que renunciar assim que os emails vieram a público.
O Partido Democrata acusa a organização de vazar as informações em uma operação calculada para “minar a fé pública no processo democrático dos EUA, denegrir a então candidata Hillary Clinton e prejudicar sua elegibilidade e possível presidência”. A ação judicial colocou os e-mails como “segredos comerciais”, “cuja publicação prejudicou os negócios” do DNC.
Talvez fosse uma interessante perguntar o que significaria esses “os negócios do DNC” e porque estariam umbilicalmente ligados a Hillary – cujas referências da ela de Trump nos comícios costumeiramente eram respondidos com um coro de “Lock her Up (bota em cana)”.
Sobre a disputa Trump versus Hillary, Assange, em uma entrevista antes da eleição, dissera que era “como escolher entre a sífilis e a gonorreia”.
A contrariedade de Hillary contra Assange e o WikiLeaks era notória, por causa dos “logs da guerra no Iraque e no Afeganistão”, inclusive o vídeo do “Assassinato Colateral” – em que um helicóptero ianque metralha jornalistas no Iraque e aos que os socorrem -, e mais ainda por contra dos cabogramas da sabotagem, no mundo inteiro, cometida pelo Departamento de Estado, de que ela era a chefe. Chegou a sugerir, conforme várias fontes, enviar “um drone” para dar cabo do editor.
Além de auxiliar nos intentos do regime Trump de prender e extraditar Assange, que considera o chefe de um ‘serviço de inteligência hostil não-estatal’, o atual processo visa servir de suporte para a farsa do Russiagate, de um complô para não deixar Hillary ser eleita, ainda mais, agora que, pelo menos na Câmara de Deputados, a tentativa de impeachment passa a ser uma possibilidade, que dificilmente vingará, por causa do controle sobre o Senado mantido por Trump.
Como assinalou o maior denunciador dos tempos modernos, Edward Snowden, não há como coibir a publicação de verdades pelo WikiLeaks, sem coibir a liberdade de expressão para todos, e não há, do ponto de vista mais essencial, diferença entre as denúncias que vieram a público graças a Assange, e a publicação, pelo New York Times, em outra época, dos Papeis do Pentágono, que foram chave no isolamento da bestial guerra contra o Vietnã.
Li e analisei estes comentários. Ainda é muito cedo pra não interpretar como desprante de quem quer denegrir imagens de quem venceu eleição. É pura rotulação de quem faz oposição não com valores técnicos, para aí satisfazer anseios sociais, e sim denegrir e rotular a ponto de queimar toda e qualquer popularidade do candidato vencedor da eleição. A falta de senso cultural, torna apelativo aquilo que se propõe, não é uma afirmação capaz de construir valores, nem serve como oposição, nada sábio, é um tiro nos pés.
Leitor, quem ganhou a eleição foi o Trump. E a matéria é sobre os Clintons – isto é, os que perderam a eleição. Embora, como disse Julian Assange, escolher entre Trump e Clinton é mais ou menos “como escolher entre a sífilis e a gonorreia”.