
PT, PSB, PDT, PCdoB, PSol, PV e Cidadania emitem nota e repudiam a ação “indevida, agressiva e sem precedentes” dos EUA contra a soberania nacional
Sete partidos que compõem a base do governo Lula assinaram uma nota denunciando a “indevida, agressiva e sem precedentes” ação do governo dos Estados Unidos de perseguir ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Assinam o documento PT, PSB, PDT, PSol, PCdoB, PV e Cidadania.
“Manifestamos irrestrita solidariedade aos ministros do STF, ao mesmo tempo em que reafirmamos a defesa irrenunciável da soberania nacional e das nossas instituições”, destacam os partidos.
Os sete partidos avaliam que Donald Trump, presidente dos EUA, está punindo os ministros do STF “por sua atuação no cumprimento da lei, na defesa da Constituição de nosso país e da nossa democracia”.
As medidas arbitrárias foram anunciadas pelos EUA depois que o Supremo decidiu aplicar medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica. Bolsonaro infringiu regras determinadas pelo STF.
Leia a nota na íntegra:
“Este gesto indevido, agressivo e sem precedentes nas relações bicentenárias de nossos países, torna-se ainda mais grave por sua manifesta motivação política, configurando uma ingerência espúria no processo democrático brasileiro e um ataque à soberania nacional”, declaram os partidos.
Donald Trump falou abertamente que aplicou taxas de 50% contra todos os produtos do Brasil para coagir o STF a não julgar os crimes do ex-presidente Jair Bolsonaro no processo em que é réu por tentativa de golpe de Estado. Trump chamou falaciosamente o processo de “caça às bruxas”.
“A ação penal no STF sobre a tentativa de golpe e os atentados de 8 de janeiro de 2023 transcorre estritamente no devido processo legal, inclusive com ampla garantia do contraditório. As tentativas de coação da Justiça neste processo, venham de onde vierem, recebem o repúdio da sociedade brasileira”, rebatem os partidos.
“As retaliações agora anunciadas seguem-se a sanções e ameaças de natureza tarifária e comercial, que foram igualmente contaminadas por interesses políticos, quando deveriam ser objeto de negociação como propõem o governo e o setor produtivo do Brasil”, completam.