No sábado (25), o jovem mapuche, Rafael Nahuel, foi assassinado durante uma reintegração de posse realizada pela polícia argentina na comunidade Lafken Winkul Mapu, localizada na Villa Mascardi, em Bariloche. A violenta ação repressiva deixou ainda dois feridos e desaparecidos.
O assassinato de Nahuel coincidiu com o velório de Santiago Maldonado, vítima da repressão contra manifestações de apoio à comunidade mapuche na província de Chubut, também na região patagônica do país. Santiago desapareceu dia 1° de agosto deste ano e foi encontrado morto no dia 18 de outubro.
“Mais que uma operação repressiva, foi uma caça racista”, disse a advogada dos mapuches, Natalia Araya ao repudiar o fuzilamento de Nahuel. A repressão brutal contra várias comunidades mapuches, e particularmente o assassinato do jovem Rafael, são produto da tentativa de impedir que os indígenas mantenham os pequenos espaços de terras, que lhes pertencem, na Patagônia, repartida entre latifundiários, sendo os maiores estrangeiros, denuncia Araya.
Dois dos maiores latifúndios são da multinacional Benetton em Chubut, com quase um milhão de hectares, com maioria de capitais britânicos e o também britânico Joe Lewis em Rio Negro, província onde se apoderou do Lago Escondido, patrimônio turístico dos povos patagônicos. Lewis é amigo de Macri, que costuma passar férias em sua casa.
SUSANA SANTOS