“É o maior acidente ambiental da história do Brasil e não pode ser tratado, depois de 50 dias, da forma improvisada como a gente está vendo nos dias de hoje”, disse o governador de Pernambuco
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), cobrou do governo Bolsonaro uma ação firme contra a contaminação de óleo nas praias do Nordeste.
“É o maior acidente ambiental da história do Brasil e não pode ser tratado, depois de 50 dias, da forma improvisada como a gente está vendo nos dias de hoje”, disse.
“É fundamental que tenha uma força-tarefa para que todos os equipamentos disponíveis do Exército, Marinha e Aeronáutica sejam colocados à disposição para tratar desta questão”, continuou.
Mesmo depois de 50 dias da primeira aparição de petróleo em praias nordestinas, o Plano Nacional de Contingenciamento para Incidentes de Poluição por Óleo não foi posto em prática pelo governo Bolsonaro. O governador espera que uma decisão judicial faça com que o Plano seja posto em prática.
“O plano de contingência não foi colocado em funcionamento. A gente, diante da decisão da Justiça, espera que isso ocorra. É fundamental que o plano funcione”.
“O governo federal também precisa atuar, conforme indica o protocolo para esse tipo de desastre. Somente assim poderemos melhor planejar as ações e punir os responsáveis por esse crime ambiental”, comentou Câmara.
Na sexta-feira (18), o governador montou uma Sala de Situação no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, para monitorar as manchas de óleo que chegaram ao litoral pernambucano.
“Estamos acompanhando de perto a questão das manchas de óleo que voltaram a aparecer no nosso litoral. A estratégia montada nesta quinta deu certo; conseguimos localizar as manchas antes de atingirem a faixa de areia e foi recolhida pouco mais de uma tonelada do material. Vamos continuar com essa mesma prontidão nos próximos dias, mas é importante que o Governo Federal identifique a fonte desses vazamentos para que novas contaminações não voltem a acontecer”, afirmou.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), já foi identificada a presença de óleo em 187 localidades, em mais de 70 municípios de todos os estados do nordeste.
SHELL
Uma análise feita na sexta-feira, dia 11, por laboratórios da Universidade Federal de Sergipe confirmou que o óleo encontrado dentro de barris da Shell descobertos no litoral sergipano em setembro é o mesmo que está contaminando o litoral de todo o Nordeste. Ver Óleo das praias é o mesmo de barris da Shell encontrados em Sergipe
Pesquisadores do Instituto de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontaram, através de um modelo matemático, que a origem do óleo está em uma área a cerca de 700 km do litoral brasileiro, entre Sergipe e Alagoas.
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