Ataque à Previdência é ‘inaceitável’
Para o governador de Pernambuco, PEC causa empobrecimento geral
O governador de Pernambuco e vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara, afirmou que a reforma da Previdência “aponta para o aprofundamento das desigualdades sociais”.
“Sou contrário ao texto que tramita no Congresso Nacional, pois o mesmo aponta para o aprofundamento das desigualdades sociais”, disse.
O governador lembrou que o PSB, na última quinta-feira (25), fechou questão contra o desmonte da Previdência de Bolsonaro.
Em nota publicada nas redes sociais, Paulo Câmara considera “inaceitável a cristalização de um cenário que penalizaria, outra vez, os mais pobres. Este quadro precisa, na verdade, ser revertido. É para isso que trabalhamos”.
“A responsabilidade fiscal, exigida de todos os governantes, não pode ser custeada pelo sacrifício social”.
“O caminho deve ser o que dá suporte ao crescimento do país, com mais equilíbrio e sustentabilidade às contas da União, dos Estados e dos Municípios”, enfatizou o governador.
“Pontos como a desconstitucionalização das normas previdenciárias, mudanças na aposentadoria rural, a capitalização e o novo formato do Benefício de Prestação Continuada (BPC), embutidos em um discurso de salvação das contas públicas brasileiras, seguirão combatidos por nós”.
O governador destaca que é a favor de uma mudança, mas não essa que está aí, do Bolsonaro e Paulo Guedes, que tira direitos do povo brasileiro e arruína a economia do país.
“A nossa população, ainda bastante vulnerável, em sua maioria, espera do Estado brasileiro mais do que cálculos frios e punitivos. É fundamental a compreensão do seu verdadeiro papel, do governo em todas as esferas, para a construção de um futuro mais inclusivo, com oportunidades para todos, sobretudo e em primeiro lugar, para aqueles historicamente mais desassistidos”.
“O Brasil que queremos não restringe direitos da população, ele os garante e amplia”, concluiu.
PSB
O diretório nacional do PSB tomou a decisão de fechar questão por unanimidade, em reunião na quinta-feira (25), contra a proposta de reforma da Previdência apresentada por Bolsonaro. A bancada do partido na Câmara tem atualmente 32 deputados.
A resolução aprovada pelo PSB ressalta que o “espírito geral da proposta” encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional significa a “destruição da Seguridade Social e o empobrecimento geral do país, sobretudo dos pequenos municípios e dos mais pobres”. O texto considera a reforma “um ataque impiedoso” à Previdência pública, “cujo fundamento é a solidariedade social, sem a qual não se pode falar com propriedade de uma sociedade democrática e inclusiva”.
“É uma política regressiva que jamais qualquer governo, inclusive a ditadura, teve coragem de apresentar ao país”, denunciou o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira.
O documento diz ainda que o governo usa uma “abordagem fiscalista” sobre a questão previdenciária com o objetivo de “poupar os segmentos de maior renda e riqueza da população da contribuição que devem dar ao país”.
“A reforma perseguida pelo governo tem por alvo específico o desfazimento dos pilares que mantêm o Sistema de Seguridade Social, composto pelas políticas de saúde, previdência e assistência social, a maior conquista social do povo brasileiro dos últimos 34 anos de democracia”, reforça o texto aprovado.
O líder do partido na Câmara, Tadeu Alencar (PSB-PE), assinalou que a proposta “fere de morte” o sistema de seguridade social e de previdência pública conquistado pela Constituição de 1988.
“Obviamente, é contra esse sistema, que diminuiu a desigualdade e as injustiças no país ao longo de 30 anos, que se coloca essa proposta a pretexto de combater privilégios e de buscar isonomia, justiça fiscal e tributária. Mas que, na verdade, comete o maior ataque já feito à seguridade e à previdência social do Brasil”, disse.
Para o líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), a “nova política do governo Bolsonaro” não é “apenas velha, mas decrépita”.
Na sua conta no Twitter, o deputado disse que “se a reforma da Previdência fosse justa com os trabalhadores, o governo não imporia sigilo aos números ou compraria votos de deputados com R$ 10 milhões em emendas extras por ano”.