O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, denunciou na Cúpula da Paz, no Egito, os ataques de Israel contra crianças e mulheres palestinas e apelou pela abertura de corredores humanitários, hoje impedida pelo cerco e bombardeio.
Abbas discursou sobre as “tentativas de deslocar o nosso povo em Gaza e também alertamos contra qualquer expulsão de palestinos das suas casas ou deslocamento de Jerusalém ou da Cisjordânia. Não aceitaremos o deslocamento e permaneceremos firmes na nossa terra”.
“Devido à ausência de justiça e dos direitos legítimos do povo palestino, afirmamos aqui que a segurança e a paz são alcançadas através da implementação da solução de dois Estados, pondo fim à ocupação israelense das terras do Estado da Palestina, tendo Jerusalém como capital, e resolvendo a questão dos refugiados palestinos”, defendeu o presidente.
Mahmoud Abbas afirmou que a “máquina de guerra israelense” está violando o direito internacional “ao atingir milhares de civis, a maioria dos quais são crianças e mulheres, e instalações sem discriminação, especialmente hospitais, escolas e abrigos para civis”.
Na terça-feira (17), Israel bombardeou o Hospital al-Ahli, no centro da cidade de Gaza, e matou cerca de 500 civis que estavam no local, parte deles crianças. Desde o dia 7 de outubro, Israel já destruiu 27 hospitais e centros de saúde em Gaza.
Os ataques israelenses, no entanto, não se resumem a Gaza. Abba lembrou que colonos e forças de ocupação de Israel atacam diariamente “civis desarmados na Cisjordânia e em Jerusalém”.
Na Cúpula da Paz, para a qual Israel não enviou nenhum representante e os Estados Unidos enviaram um diplomata de pouca relevância, o Brasil defendeu “um cessar-fogo imediato” e a criação de corredores humanitários.
Mauro Vieira, chanceler brasileiro, disse que “a destruição de infraestrutura civil, incluindo de atendimento à saúde, é inaceitável”.