Os dois apareceram rindo, sem máscara e desrespeitando decreto da cidade do Rio de Janeiro que proíbe ajuntamentos neste momento em que a pandemia segue matando milhares de brasileiros todos os dias
Debochando do que ele próprio afirmou, em depoimento mentiroso à CPI da Pandemia, na terça e quarta-feira passadas, sobre defender o distanciamento social e a obrigatoriedade no uso de máscara, Eduardo Pazuello afrontou as autoridades sanitárias e apareceu sem máscara discursando ao lado de Jair Bolsonaro em aglomeração no Rio de Janeiro na manhã deste domingo (23).
Um detalhe: Pazuello, que a tudo obedece, chegou ao local da aglomeração com máscara, mas, quando se aproximou do “chefe”, arrancou-a e foi logo abraçado por ele. Bolsonaro então, dando gargalhadas, chamou Pazuello de “meu gordinho”.
Na atividade que visa espalhar o vírus e agravar a pandemia de Covid-19 – que já tirou a vida de quase 450 mil pessoas no Brasil – Bolsonaro afrontou decreto sanitário em vigor que proíbe a realização de atos em locais públicos na cidade do Rio de Janeiro.
Dois dias antes, o capitão cloroquina foi autuado pelo governo do Maranhão por promover uma aglomeração semelhante na cidade de Açailândia, no interior do Estado, uma das poucas cidades do Maranhão administradas por bolsonaristas.
Completamente desconectado com as preocupações da população, Bolsonaro disse que o Brasil está na reta final da pandemia. Todas as autoridades sanitárias do país, em sentido aposto ao que diz Bolsonaro, estão alertando para o risco de uma terceira onda da pandemia.
Vários Estados já estão detectando um aumento de casos de Covid-19. A campanha de vacinação no país vem desacelerando por falta de vacinas. Mas, sobre vacinas, Bolsonaro não disse nada. Ele não tem nada a dizer sobre isso, a não ser atacar as vacinas e defender o uso de cloroquina, uma droga ineficaz contra a Covid-19.
O Estado do Rio de Janeiro tinha registrado, até sábado (22), 49.438 mortes e 839.623 casos de Covid-19. Já a taxa de ocupação de leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) no Estado do Rio de Janeiro chega a 84%.
Agora o país está sob ameaça da variante indiana do coronavírus que já foi detectada no Brasil. Estão todos em alerta, menos Bolsonaro que não governa. Ao invés de se preocupar com a saúde da população, ele só faz campanha para ele e para o vírus.
Bolsonaro e suas milícias provocaram tumulto em várias vias da capital fluminense e seguiu o trajeto de cerca de 60 quilômetros até o Monumento dos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, Zona Sul. O passeio de Bolsonaro obrigou que Batedores da Polícia Rodoviária Federal interditassem pistas para a passagem dos motociclistas.
A Polícia Miliar também foi obrigada a mobilizar mais de 20 unidades da corporação, com cerca de 1.000 agentes, para fazer a segurança da diversão do presidente.
Além de desrespeitar o decreto municipal que proíbe festas clandestinas, tumultos e ajuntamentos como este que Bolsonaro promoveu, a convocação, feita por ele pelas redes sociais, levou caravanas de seguidores do espalha-vírus de todo o Estado a se dirigirem para a capital, ajudando fortemente a disseminação da pandemia no Estado. Mas, para surpresa dos cariocas, lá estava o governador do Rio, Cláudio Castro, recepcionando a caravana e também ajudando a disseminar a doença.
Para variar, o grupo de desocupados carregava cartazes com pedidos de fechamento do Supremo Tribunal Federal, intervenção militar e outras provocações ao regime democrático. Pela Constituição, o Brasil vive em regime democrático. Portanto, a intervenção militar solicitada, não passa de uma intenção golpista. A Constituição também determina que o Congresso e STF fazem parte dos poderes da República e devem ser respeitados e ter autonomia.
S. C.