O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, disse que o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, “sabe que errou” por ter participado no domingo (23) de um ato político ilegal ao lado de Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro.
Para o vice-presidente, Pazuello provavelmente será punido.
“É provável que seja [punido]. É uma questão interna do Exército. Ele também pode pedir transferência para reserva e aí atenuar o problema”, sugeriu.
Mourão, contudo, amenizou o fato e disse que não vê risco do caso abrir precedente entre as Forças Armadas.
“Acho que não [há risco de politização das Forças Armadas]. Acho que o episódio será conduzido à luz do regulamento, isso tem sido muito claro em todos os pronunciamentos dos comandantes militares e do próprio ministro da Defesa”, disse Hamilton Mourão.
O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, abriu um processo disciplinar contra Eduardo Pazuello por ter participado da manifestação.
Sem máscara e aglomerando, Pazuello participou do ato ao lado de Jair Bolsonaro e até fez discurso em cima do carro de som.
O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que Pazuello deverá ser novamente convocado para depor na comissão. O requerimento de convocação deve ser votado nesta quarta-feira (26).
Pazuello deu um depoimento na CPI em que entrou em contradições e mentiu aos senadores.
“O general Eduardo Pazuello fez hoje [domingo, 23] uma escolha de ser o primeiro personagem declaradamente indiciado da CPI”, afirmou o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
“Se essa CPI não pedir o indiciamento do ex-ministro, ela não terá razão de existir. Componha o depoimento dele com os fatos de hoje e você terá aí os movimentos para isso. Pazuello foi incluído no rol dos indiciados, não por mim, não pelo Renan [Calheiros, relator da comissão], mas pelos atos dele”, completou.