A vice-governadora de Pernambuco e presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, afirmou que o partido cogita apoiar a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para presidente da Câmara dos Deputados apesar do apoio do PSL de Bolsonaro a ele.
A presidente do PCdoB considera que Maia garante a autonomia do legislativo e cumpre compromissos. “Ele sempre foi de cumprir compromissos, o que parece óbvio na política, mas nem todo mundo faz”, disse.
Luciana descartou apoio à candidatura de Marcelo Freixo (Psol-RJ), avaliando que isso estreita o campo da oposição. “Achamos que é muito difícil ela representar uma base mais ampla. Aí também é um caminho que nos isola”, diz. Para ela, “a pior coisa que a esquerda pode ter, agora, é se isolar, e a pior estratégia que se pode ter é o isolamento”.
Luciana Santos afirmou que o PSL de Bolsonaro acabou apoiando Rodrigo Maia “para não ser derrotado”.
“Nós achamos que foi um movimento ao contrário. Não era a candidatura do desejo do governo”, disse Luciana, enfatizando que o candidato inicial do governo não era Rodrigo Maia. “Tanto é que os próprios filhos dele têm dado inúmeras declarações ao contrário. Eles tentaram emplacar Alceu Moreira (MDB/RS) e acabaram desistindo. É um cara meio truculento, da bancada ruralista. Depois tentaram emplacar João campos, de Goiás, e perceberam que o acúmulo que Rodrigo Maia tinha obtido já era muito consolidado”, analisou a vice-governadora em entrevista à Rádio Folha FM 96,7.
Luciana Santos levantou a hipótese de ser montada uma chapa com PDT e PSB, capaz de garantir presença nas comissões, autoria de proposições legislativas estratégicas, e que poderia incluir o MDB e o PT. Segundo ela, muitas coisas na Câmara acontecem “do dia para noite”.