PDT, Cidadania, PSDB, PCdoB, JSPDT, UJS, UMES-SP e MTST criticaram ações fascistas do grupelho. Luciano Medeiros, presidente do Psol, disse, no ato da Paulista, que “as hostilidades devem ser contra Bolsonaro”
Cada dia que passa surgem mais denúncias contra o governo protofascista de Jair Bolsonaro. O escândalo da compra da Covaxin revelou que não era somente sabotagem às vacinas e ao distanciamento social. Eles não queriam só matar as pessoas: atrasaram a compra das vacinas para montar os esquemas de corrupção nos contratos. Indignado, o país decidiu ocupar as ruas de todo o Brasil e interromper a continuidade desse desgoverno.
Não há outro caminho para se atingir o objetivo de pôr fim a essa tragédia que não a união de amplas forças sociais e políticas interessadas no impeachment de Bolsonaro. Unir todos aqueles que estejam contra Bolsonaro: esse é o rumo para que as mobilizações populares ganhem as dimensões necessárias para interromper o mais rapidamente possível o desastre bolsonarista.
A histeria fascista dos quinta-colunas do PCO contra os novos partidos, entre eles o PSDB, o Cidadania e o PSB, que decidiram se incorporar no sábado (3) às mobilizações pelo impeachment de Bolsonaro, não é outra coisa senão uma ação orquestrada pelo bolsonarismo na tentativa desesperada de conseguir uma sobrevida política.
Veja o momento em que os fascistas do PCO são rechaçados pelos manifestantes
Bolsonaro sabe que se a frente ampla se lançar às ruas em sua plenitude, como nas diretas e no impeachment de Collor, ele não dura até o fim do ano. Por isso, trabalha para impedir a sua formação e dá toda força para seus congêneres do PCO, do black bloc e demais quinta-colunas do movimento.
O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) do Centro da capital, liderado por Carmen Silva, que estava na Paulista, repudiou o comportamento pró-Bolsonaro de membros do PCO. “Três membros do movimento MTST foram agredidos, um na cabeça, outro no estômago e outro no braço”, disse Carmem Silva. Em nota, o MTST disse que não aceita “a agressão sectária de pessoas vestidas com as cores da revolução, que tentam dividir o grande bloco contra a ameaça do fascismo”. “Não queremos mais ódio. Queremos um Brasil justo. Fora Bolsonaro!”, arrematou a dirigente do movimento.
A Central dos Movimentos Populares (CMP), ligada ao PT, também repudiou as agressões, dizendo que os militantes do PCO agrediram membros do movimento sem teto e da CMP.
Naquela mesma hora em que os membros do PCO tentavam ajudar Bolsonaro a se manter no governo, o presidente do Psol, Luciano Medeiros, que em outros momentos, como fez em entrevista à revista Forum, já caracterizou o PCO como “quinta-coluna”, discursava no ato, destacando que “as hostilidades devem ser contra Bolsonaro e não contra quem quer ajudar a derrubar o governo”.
Veja o discurso de Juliano Medeiros no ato de sábado
O dirigente do PSOL já havia declarado: “Algumas poucas vozes sectárias dirão que é um absurdo estar no mesmo palanque que os tucanos. Temos diferenças abissais e não deixaremos de manifesta-las sempre que necessário. Mas nesse momento, qualquer partido que queira o impeachment é bem-vindo”, sentenciou.
A Juventude Socialista do PDT e a União da Juventude Socialista de Florianópolis também repudiaram as agressões de integrantes do PCO à dirigente da JSPDT e à presidente da UJS na cidade. Em nota, as duas entidades manifestaram “o seu absoluto repúdio às agressões sectárias e machistas sofridas pela dirigente estadual e presidenta da UJS Floripa e também da dirigente da JSPDT, que ocorreram por militantes do PCO”. Também no Rio de Janeiro, militantes do PDT tiveram que enfrentar os bolsonaristas do PCO, que não queriam “apoiadores de Ciro Gomes” na manifestação.
O presidente do PDT da capital, Antônio Neto, afirmou que foi um erro do PCO “fazer um papel de achar que sozinha a extrema esquerda vai conseguir derrubar Bolsonaro. Para que tenhamos o impeachment, cabe todo mundo que estiver lutando pelo país”, acrescentou. Neto disse, aind, que, para ele, “foi um prazer ver que o PSDB da capital veio para o jogo. Seria ótimo que todos os partidos viessem, para que a gente acabasse com esse momento ruim, um presidente marcado pelo descontrole e, agora, pelos indícios de corrupção. É necessária a mais ampla unidade que possamos construir”, acrescentou o pedetista.
O diretor de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), Lucca Gidra, disse que o ataque foi feito “por aqueles que nos dividem e no final das contas fazem a política do ódio, ou seja, o jogo do Bolsonaro”. ” As ruas pertencem àqueles que não aceitam o atraso da vacinação enquanto o governo Bolsonaro monta um esquema de corrupção. A rua é de todos, e todos que querem derrotar Bolsonaro são muito bem vindos”, acrescentou.
Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), “a presença do PSDB, Cidadania, entre outros partidos que estão além do espectro considerado da esquerda, deve ser celebrada”. O deputado disse que os agressores que quiseram dividir o ato “na verdade fingem que lutam contra o Bolsonaro” e “querem aparelhar esses atos para seus fins eleitorais em 2022. Estão de costas para o povo”.
O presidente do diretório municipal do PSDB, Fernando Alfredo, avaliou que as manifestações de sábado (3) contra Bolsonaro foram muito boas e repudiou as agressões do PCO. “Eles tentaram agredir algumas mulheres do PSDB que estavam atrás dos estudantes da UMES, mas não conseguiram. Isso só nos dá força para continuar”, afirmou Fernando.
O presidente municipal do Cidadania, Carlos Eduardo, também desceu a lenha no PCO. “A atitude do PCO é lamentável. Eles acham que só eles são contra o Bolsonaro. Com esse tipo de comportamento, o que eles querem é afastar as pessoas e é exatamente isso que o Bolsonaro quer. São grupelhos isolados”, disse ele.
Os “ridículos” agressores do PCO, como eles foram chamados pelos manifestantes que os colocaram para correr no sábado, saíram de fininho, olhando para os lados, com medo da massa. Nem precisou muito esforço, em apenas cinco minutos os “valentões do PCO” já iam longe, virando assustados a Rua da Consolação. Mas, depois, lá de longe, e sem ninguém por perto, eles ficaram falando grosso e arrotando ameaças. Certamente, deviam estar querendo aparecer bem nas redes sociais do bolsonarismo.