O deputado estadual Marcio Pacheco (PPL-PR) analisou, em entrevista ao HP, a Operação Integração, desdobramento da Lava Jato que investiga o pagamento de propina da concessionária de pedágios Econorte, no Paraná, a agentes públicos do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) e da Casa Civil do governo Beto Richa (PSDB). “Essa operação vem confirmar o acerto da nossa postura de forte enfrentamento ao governador Beto Richa”, destacou.
Para ele “essa ação demonstra o envolvimento, o indício de prática de corrupção, envolvendo o governo do Paraná, através de órgãos como o DER, que tem cargos indicados pelo próprio governador Beto Richa. Nesse caso, envolve também as concessionárias de pedágio, justamente o pedágio que foi sempre foco de forte embate da nossa atuação na assembleia legislativa”.
O deputado destaca que escândalos de corrupção são recorrentes no governo do tucano, “logo no início [do mandato] já estouraram os escândalos de prática de corrupção com indícios muito fortes de envolvimento do governador Beto Richa, com a Receita do estado do Paraná. Em seguida, mais um escândalo de corrupção envolvendo o governo do estado e membros do alto escalão do grupo político do governador, com a operação Quadro Negro, que desviou verbas, milhões de reais da educação do Paraná”.
Ele também lembra que “nas duas circunstâncias eu, junto com outros parlamentares, assinamos o requerimento pedindo abertura de CPI para investigar o governador Beto Richa, mas em ambos os casos infelizmente não tivemos o número mínimo de deputados assinando para que se promovesse essa investigação”.
A Operação Integração acusa agentes do governo de superfaturar a tarifa em até 400%, nas 27 praças de pedágio existentes no estado.
“O pedágio do Paraná, é o pedágio mais caro do mundo, são valores abusivos, valores absurdos, que estrangulam a economia, que sangram a população, e que nós sempre fizemos um sério e forte enfrentamento […] esses indícios de pratica de corrupção no Paraná vem a calhar com a explicação de porque o pedágio do Paraná é tão caro”, destaca o deputado.
LAVA JATO
A pedido do juiz Sergio Moro, foram cumpridos, na semana passada, seis mandados de prisão e mais de 50 mandatos de busca e apreensão. A concessionária Econorte é acusada de usar os operadores financeiros Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran para fazer de mais de R$ 6,2 milhões nas contas correntes mantidas pelo escritório Tacla Duran Sociedade de Advogados.
Para Pacheco, “a corrupção faz a população do Brasil inteiro, e nesse caso específico a população do Paraná, sofrer as consequências desses atos inescrupulosos de políticos e empresários bandidos, que se envolvem nessas práticas e sugam a população para se dar bem”.
Segundo o deputado, na Assembleia Legislativa do Paraná também haverá ações para ressarcir a população, “nós impetraremos ações para pedir que a justiça tome uma providência no sentido de reduzir drasticamente o valor do pedágio do Paraná imediatamente ou suspender a cobrança do pedágio, já que há dúvida sobre a lisura do processo no Paraná”, finaliza.