
Tom Artiom Alexandrovich foi preso em flagrante pelo FBI e pela Força-Tarefa de Crimes na Internet Contra Crianças de Nevada
Tom Artiom Alexandrovich, 38, o principal oficial de guerra cibernética israelense sob o premiê Netanyahu, que foi preso nos EUA por pedofilia na quarta-feira (13) em uma operação conjunta do FBI e Força-Tarefa de Crimes na Internet contra Crianças de Nevada, ao usar computador para atrair crianças para ato sexual quando participava da conferência de tecnologia de segurança Black Hat em Las Vegas, foi acintosamente liberado e já está de volta a Israel.
Foi prontamente solto, apesar de ter sido preso por um crime que, pela lei de Nevada, é punida com até 10 anos de cadeia. A prisão foi registrada por vários veículos de mídia, como a Fox News local, The Guardian, Mediaite e PressTV. A presença de Alexandrovich na conferência nos EUA também foi exibida por ele próprio no Linkedin – postagem, aliás, já excluída.
Outros sete pedófilos foram presos na mesma operação, que foi realizada ao longo de duas semanas, e sob acompanhamento do procurador-geral de Nevada. As prisões foram efetuadas em Henderson, uma cidade próxima a Las Vegas.
Além de Alexandrovich, a polícia de Nevada identificou os outros acusados de pedofilia: David Wonnacott-Yahnke, 40; José Alberto Pérez-Torres, 35; Aniket Brajeshkumar Sadani, 23; James Ramon Reddick, 23; Ramon Manuel Parra Valenzuela, 29; Neal Harrison Creecy, 46; e John Charles Duncan, 49.
Como registrou Shaun King, do The North Star, Alexandrovich “é um dos oficiais de guerra cibernética mais poderosos de todo o governo israelense, um homem que opera no centro nervoso da máquina de inteligência e defesa do país e chefe interino de dados e IA da Diretoria Nacional Cibernética de Israel.”
Antes disso, ele foi o Diretor Executivo da Divisão de Defesa Cibernética, onde “fundou a iniciativa multimilionária ‘Cyber Dome’ de Israel”, uma ampla rede de defesa cibernética orientada por IA projetada para detectar, neutralizar e repelir ameaças.
Alexandrovich estava na Black Hat em atividade profissional e não como diplomata, não tinha imunidade. Não havia obrigação legal para os EUA de deixá-lo ir – ainda mais, sem julgamento, sem condições de fiança e sem explicação pública.
“Que pessoa comum – presa em uma operação sexual infantil – teria permissão para deixar o país?”, questiona King. “Que mensagem isso envia às vítimas e sobreviventes de abuso? E por que os Estados Unidos, uma nação que afirma ser líder global no combate à exploração infantil, abririam uma exceção para uma autoridade estrangeira acusada de um dos crimes mais graves imagináveis?”
De onde partiu a ordem de encobrimento?, ele indaga. “Quem, dentro do Departamento de Justiça dos EUA, autorizou a libertação de Alexandrovich? A decisão foi tomada de forma independente ou houve pressão do Departamento de Estado ou mesmo da Casa Branca?”.
King observa ainda que, além da questão criminal, trata-se de uma violação da segurança nacional. “Um homem com acesso de inteligência cibernética de alto nível foi preso em uma operação policial dos EUA contra predadores infantis. Em vez de enfrentar um processo, ele foi silenciosamente expulso do país. Isso não é aplicação da lei. Isso é um encobrimento.”
O flagrante vem se somar a outras depravações já extensamente observadas na sociedade israelense, como a exaltação ao genocídio, à limpeza étnica e ao racismo antiárabe.
Na mídia, o primeiro registro foi do canal Ynet, segundo o qual “um funcionário da Diretoria Nacional de Cibernética de Israel … foi brevemente detido para interrogatório … antes de sua libertação e retorno a Israel … As razões para o interrogatório permanecem obscuras.”
Neste sábado, o Jerusalem Post expôs o caso de forma menos desonesta: “em uma operação em larga escala contra suspeitos de exploração sexual online de menores, oito pessoas foram presas, incluindo Tom Artiom Alexandrovich, 38, funcionário da Diretoria Nacional de Cibernética de Israel, disse a polícia de Las Vegas na sexta-feira.”
Ainda segundo JPost, o “alto funcionário da Diretoria Cibernética do Gabinete do Primeiro Ministro foi preso por suspeita de ligações com a pedofilia” em operação conjunta da polícia de Las Vegas e do FBI.
“Após o interrogatório, Alexandrovich retornou a Israel e foi colocado em licença da diretoria”, acrescentou a publicação.
Ou seja, dada a repercussão do caso, a Diretoria de guerra cibernética do governo Netanyahu precisou vir a público dizer que o “funcionário” – isto é, o pedófilo flagrado em Las Vegas – “saiu de licença até que as conclusões sejam esclarecidas”.
Anteriormente, como registrou o Mediaite, o gabinete de Natanyahu havia emitido um comunicado negando que o “funcionário” tivesse sido preso.
“Um funcionário do Estado que viajou para os EUA para assuntos profissionais foi interrogado pelas autoridades americanas durante sua estadia”, disse o gabinete do primeiro-ministro. “O funcionário, que não possui visto diplomático, não foi preso e voltou a Israel conforme programado.”